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Rádio Costa Oeste
As medidas mais rigorosas de isolamento social no Paraná, que iniciaram no dia 1º de julho, seguem uma equação técnica, definida pela Secretaria de Estado da Saúde, que leva em conta o número de leitos de UTI disponíveis para pacientes de Covid-19 e as taxas de contaminação e de óbitos por 100 mil habitantes. O objetivo, destaca o governador Carlos Massa Ratinho Junior, é preservar o maior número de vidas possível.
“Nos últimos quatro meses, o Paraná conseguiu equilibrar a saúde e a economia, adotando medidas de acordo com as recomendações de infectologistas e técnicos da Saúde. Mas sabíamos que julho seria o mês mais crítico, por causa do frio, por isso adotamos novas medidas, para que o Estado não perca o controle sobre a pandemia”, ressaltou o governador.
Em entrevista nesta quinta-feira (09) ao telejornal Meio-Dia Paraná, da RPC TV, o governador falou sobre o enfrentamento da pandemia e ressaltou a importância do envolvimento da população. “O grande remédio que temos para barrar a propagação do vírus é o isolamento social. É difícil, é duro, mas enquanto não tiver vacina ou remédio comprovado, teremos que conviver com essa medida e evitar aglomerações”, ressaltou Ratinho Junior.
Ele analisou os resultados do decreto 4.942/20, que define o funcionamento apenas serviços essenciais em sete Regionais de Saúde onde há mais casos da doença. Nesta semana, normas mais rígidas para a circulação de pessoas também passou a incluir 1ª Regional de Saúde, do Litoral, aumentando de 134 para 141 o número de municípios abrangidos pelas medidas restritivas.
AVALIAÇÃO
O governador lembrou que a Secretaria da Saúde fará uma avaliação nesta semana dos efeitos do decreto, que é válido por 14 dias. Porém, levando em conta as projeções do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), as restrições têm surtido efeito.
“As projeções do Ipardes têm sido muito precisas e a previsão era chegar, em um cenário regular, a 38 mil casos até o meio desta semana. Estamos em aproximadamente 35 mil, o que mostra que as determinações do decreto ajudam a diminuir a força do vírus”, explicou.
Outra recomendação foi sobre o uso de máscaras em ambientes públicos. Ratinho Junior falou que o Estado reforça a conscientização por meio de campanhas e faz o controle em espaços onde há mais circulação de pessoas, como terminais de ônibus.
“É ruim ter que colocar a polícia para cobrar do cidadão algo tão simples. É uma questão de consciência, porque quem não usa máscara está colocando não apenas ele, mas outros seres humanos em risco”, salientou.
TESTES E LEITOS
Entre as medidas tomadas pelo Governo do Estado para preservar vidas e conter o surto do novo coronavírus estão o reforço, desde o início da pandemia, de leitos hospitalares, com uma distribuição regionalizada para atender os cidadãos de todo o Estado. Até agora, já foram abertos 800 leitos de UTI e 1,2 mil de enfermaria para atender exclusivamente os pacientes de Covid-19.
Além disso, as obras de três hospitais regionais (Guarapuava, Ivaiporã e Telêmaco Borba) foram aceleradas para serem usados no atendimento durante a pandemia. “E não é apenas abrir leitos, mas comprar equipamentos, insumos e medicamentos e ter médicos e enfermeiros preparados para esse atendimento. É uma operação de guerra montada para poder suprir a demanda e combater um vírus que ninguém conhece”, disse.
Outra estratégia é a testagem massiva da população. O Paraná tem capacidade diária de processar 5,6 mil testes RT-PCR, considerado padrão ouro pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e também distribuiu 300 mil testes rápidos aos municípios.
“Apesar da dificuldade em conseguir os insumos, que virou um problema mundial, o Paraná já fez 130 mil testes gold”, disse. Os diagnósticos são feitos no Laboratório Central do Estado (Lacen) e no Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), braço da Fiocruz no Estado.
AULAS
Ratinho Junior também descartou uma previsão para o retorno das aulas. “Dizer uma data seria uma previsão falsa, tivemos que desmentir uma notícia falsa que circulou esta semana. Não seremos irresponsáveis, a última coisa que queremos é colocar nossos alunos e professores em risco”, afirmou. “Montamos um comitê que vai avaliar, acompanhar e criar novas regras para o retorno das escolas, o que de não deve acontecer até setembro”, disse.
Enquanto não houver retorno das aulas presenciais, o Governo do Estado investe no ensino a distância para não deixar os cerca de 1 milhão de alunos da rede estadual sem acesso a conteúdo. Isso inclui diversas plataformas, com aulas pela internet, pela TV aberta ou entrega de materiais aos estudantes.
“Foi uma maneira de os estudantes não perderem o ano letivo e continuarem aprendendo. O Estado está, inclusive, pagando a internet para alunos que não têm acesso. Com apoio dos nossos professores o conteúdo está chegando e estamos conseguindo dar um bom amparo aos estudantes”, destacou o governador.
ECONOMIA
Junto às medidas sanitárias, o Governo do Estado também buscou uma série de iniciativas para minimizar os impactos da pandemia na economia. Isso inclui a oferta de cerca de R$ 1 bilhão em crédito para empresas, por meio da Fomento Paraná e pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremos Sul (BRDE), a isenção de pagamentos de impostos estaduais a micro e pequenas empresas e diversas ações voltadas à população mais vulnerável.
O planejamento agora é para a retomada da economia, que inclui investimentos nos municípios em obras de infraestrutura, que geram grande número de empregos. “O Estado vai colocar a máquina para rodar mais obras que usem muita mão de obra. São pavimentações, construção de casas, reformas de escolas e projetos nas estradas para melhorar a logística, diminuir acidentes e gerar empregos”, explicou.
MUNICÍPIOS
O Governo do Estado também mantém a interlocução com as prefeituras das 399 cidades paranaenses. A boa relação é construída com apoio da Associação dos Municípios do Paraná (AMP), presidida pelo prefeito de Pérola, Darlan Scalco. “Logo no início da pandemia, chamamos a AMP para construir as decisões de forma conjunta. É preciso ter uma sinergia entre o Estado e os municípios para tomar as decisões, sem ter cada um puxando a corda para um lado”, disse.
DESAFIOS
Ele lembrou que, além da pandemia do coronavírus, o Estado também enfrenta uma epidemia de dengue, a maior crise hídrica de décadas, que está afetando o abastecimento em muitas cidades, e até um ciclone extratropical que fez estragos nos municípios. “Estamos segurando no peito. É um grande volume de crise em um curto espaço de tempo. Precisamos trabalhar com o que temos até este momento passar”, ressaltou.
Fonte: AEN