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Paciente conversa durante cirurgia no cérebro em Foz do Iguaçu

  • 06/05/2016
  • Foto(s): CATVE
Paciente conversa durante cirurgia no cérebro em Foz do Iguaçu
O arquiteto César Galeazzi, de 53 anos passou pela cirurgia de retirada de tumor cerebral acordado, no Hospital Costa Cavalcanti, em Foz do Iguaçu. De acordo com o neurocirurgião, Elton Gomes, o procedimento realizado desta forma, com o paciente acordado, é um avanço para a medicina e pela primeira vez foi realizado pelo Sistema ??nico de Saúde (SUS). 

César conversou e gesticulou sempre que solicitado pela equipe cirúrgica. Segundo o neurocirurgião, "a eletroestimulação é importante para evitar que ocorram lesões nas áreas sensoriais, motora e da fala", explica Dr. Elton Gomes.

Ainda, segundo o médico responsável pela cirurgia, o procedimento permite um mapeamento do cérebro do paciente, evitando lesões que podem comprometer áreas importantes e refletir na qualidade de vida do paciente.

De acordo com a assessoria do hospital, o tumor foi retirado em 80%. Os outros 20% serão retirados durante quimioterapias e radioterapias. 

A cirurgia contou com o empenho e colaboração dos outros membros da equipe de neurocirurgia Dr. Edgar Farina e Dr. Raymond Sarraf, do neurofisiologista Dr. Gustavo Gabellini, do anestesiologista Dr. Carlos Zammarian e da equipe de enfermagem.

Trata-se de uma cirurgia feita em muitas mãos; "é necessária a ajuda de todos para alcançar sucesso", acrescenta Dr. Elton.
O paciente César Galeazzi passa bem e está com alta prevista para amanhã, sexta-feira (5).

César já não conseguia mais contar de 0 a 10 e não lembrava números de telefone. Hoje, dois dias após a cirurgia, faz isso naturalmente.

Entenda

Normalmente as neurocirurgias são realizadas com o paciente sob anestesia geral, ou seja, inconsciente (dormindo), porém, quando o tumor está próximo a áreas com funções especiais do cérebro, como é o caso da fala, movimentação e sensibilidade, há o risco que estas funções especiais sejam perdidas, caso forem lesadas durante o procedimento.

"Mantendo o paciente acordado durante a cirurgia, estas áreas podem ser monitoradas em tempo real. Sendo assim, são menores as chances de lesão e é possível uma otimização do tratamento", completou Dr. Elton Gomes.

Quando começou

A técnica iniciou com o neurocirurgião francês Hugues Duffau, quando, segundo a revista francesa L´Express, aprendeu a técnica, nos Estados Unidos, seguindo os primeiros passos do médico canadense Wilder Penfield, que já estavam caindo no esquecimento. Penfield, que faleceu em 1976, aproveitava suas cirurgias de epilepsia, com os pacientes acordados, para tentar ?mapear? o cérebro. 

??nico a acreditar na técnica, o neurocirurgião francês, ao voltar ao seu país, em 1996, aperfeiçoou-a e começou a utilizá-la na retirada de tumores cerebrais, visando evitar sequelas.

Fonte: CATVE

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