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Miséria atinge Puerto Iguazú: população desenterra frangos estragados para comer

Na Argentina o número de pobres cresceu mais de cinco pontos percentuais na primeira metade do ano: de 35,5% para 40,9%.

Miséria atinge Puerto Iguazú: população desenterra frangos estragados para comer

Imagens chocantes foram registradas em Puerto Iguazú, cidade argentina que faz fronteira com Foz do Iguaçu. Moradores foram flagrados desenterrando caixas de músculo de frango para comer. A carne foi descartadas pela prefeitura da cidade após apreensão. A mercadoria foi apreendida por não ter nota fiscal e estarem em condições de armazenamento precárias.

“A fome golpeia forte as famílias mais necesstidas em Iguazú” ressalta a reportagem do Portal La Voz das Cataratas, que publicou o registro. “As imagens lastimam, produzem indignação, tristeza, ver tantas crianças e mulheres cavando o buraco onde foram enterrados os francos confiscados pela prefeitura para levarem para casa e preparar a comida” diz a reportagem.

Segundo o jornal, o operativo realizado pela prefeitura de Iguazú aconteceu no fim de semana no Bairro Altos do Paraná. Foram apreendidas 1200 caixas de músculos de frango, de origem argentina, e entregues a SENASA e na manhã de terça-feira, 17, foram enterradas em um lixão a céu aberto, espaço da prefeitura de cerca de 2 mil hectares.

Enquanto o caminhão realizava o serviço de descarte, moradores da região já aguardavam para pegar o produto. Logo que o caminhão deixou o local, a população desenterrou as caixas e recuperou a carne. O alimento estava em mal estado, por isso não era indicado para alimentação humana, podendo causar intoxicação alimentar.

Pobreza na Argentina

Uma reportagem do jornal El País, a Argentina está acostumada a crises econômicas recorrentes, mas a pandemia de covid-19 agravou a enésima recessão que o país sofre, desta vez desde meados de 2018. O Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina caiu 19,1% no segundo trimestre do ano, o maior colapso trimestral desde o início da série estatística em 1981.

Segundo a reportagem, A recessão atual teve um impacto severo sobre a parte inferior da classe média e mais ainda sobre os pobres. O Governo de Alberto Fernández protegeu o emprego formal com leis e subsídios, mas o golpe para quem não tinha contrato foi duro. Numerosos pedreiros, empregadas domésticas, garçons e trabalhadores do comércio, entre outras profissões com elevada proporção de trabalho informal, perderam os seus rendimentos ou os viram reduzidos a um valor abaixo do limiar da pobreza.

De acordo com o El País, o número de pobres cresceu mais de cinco pontos percentuais na primeira metade do ano: de 35,5% para 40,9%. Em 2017, último ano de crescimento da economia argentina, a pobreza era de 25,7%.

Na Argentina, a pandemia também acabou com muitas empresas. Restaurantes, bares, salões de festas e academias baixaram as portas após meses de fechamento obrigatório para evitar a propagação da covid-19. Outros se transformaram em quitandas, lojas de ferragens ou de brinquedos.

O El Pais ressalta que o subsídio que o Governo deu a milhares de empresas contribuiu para que pagassem parte dos salários aos empregados, mas muitos negócios acumulam grandes dívidas com a Receita ou com as empresas que fornecem luz, água e luz, e não sabem como vão saldá-las.

Fonte: La Voz de Cataratas/El País

Fonte: La Voz de Cataratas/El País (Rádio Cultura Foz)

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