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Rádio Costa Oeste
A movimentação de cargas pela Ferroeste (Estrada de Ferro Paraná Oeste S/A), que liga Cascavel a Guarapuava e transporta a produção agropecuária do Oeste paranaense para o Porto de Paranaguá, cresceu 34% nos primeiros dez meses de 2020, em relação ao mesmo período de 2019. O volume de janeiro a outubro deste ano chegou a 1,2 milhão de toneladas transportadas e, mesmo sem contar novembro e dezembro, já é a maior quantidade registrada pela empresa em um ano.
Nesta terça-feira (01), o governador Carlos Massa Ratinho Junior esteve na Ferroeste e entregou o primeiro pacote de revitalização e modernização das locomotivas e vagões empresa. Passam pelos trilhos da ferrovia grãos e frango refrigerado, que são enviados para exportação via Porto de Paranaguá, e fertilizantes e cimento ensacado, transportados até Cascavel. O trabalho apenas na movimentação de grãos (730 mil toneladas) atingiu patamar histórico, ajudando a potencializar as exportações de soja do Paraná, que atingiram US$ 4,4 bilhões até outubro, 31% de tudo o que saiu do Estado para outros países e 57% maior em relação a 2019.
Entre janeiro e outubro deste ano a Ferroeste registrou lucro operacional de R$ 1,2 milhão e faturamento bruto de R$ 19 milhões, segundo balanço da empresa. Também houve redução dos custos operacionais em relação a 2019, em cerca de 35%, consequência de um trabalho de austeridade. O resultado consolida o bom desempenho que a empresa vem conquistando desde o ano passado, quando pela primeira vez a estatal, criada em 1996, fechou com lucro.
“Queríamos mostrar que um bom trabalho pode fazer a diferença na Ferroeste. Ela nunca havia dado lucro e a média era de prejuízo de R$ 7 milhões por ano. Agora começou a dar lucro, estamos em novo patamar”, disse o governador Carlos Massa Ratinho Junior. “Hoje a Ferroeste é referência em volume, logística, em apoio ao agronegócio, manchete na imprensa nacional”.
EFICIÊNCIA - Segundo o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, a Ferroeste parou de custar ao bolso do paranaense. “A empresa é símbolo de eficiência e isso é comprovado com números. Ano passado ela teve lucro e entramos no segundo ano da mesma forma, além de conseguir inclui-la no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo federal”, disse. “Temos que agradecer essa equipe. Se fosse fácil, estava feito. Temos o objetivo de conectar a ferrovia com o Centro-Oeste e transformar a logística do Estado para sempre”.
Para o diretor-presidente da Ferroeste, André Gonçalves, esses números foram alcançados com austeridade, gestão, parceria com o setor produtivo e o acordo com a Rumo Logística para ampliar a capacidade de escoamento da safra da região Oeste pelo ramal ferroviário. As duas empresas passaram a dividir os trilhos no começo deste ano – a Rumo, que opera o trecho entre Guarapuava e Paranaguá, passou a entrar com seus vagões na malha da Ferroeste, dobrando a capacidade de operação das empresas.
“Esse ano trabalhamos com a Rumo em uma operação contínua. Em termos de faturamento não é tão alto, mas o resultado é bom. O grande ganho é a melhoria do atendimento do setor produtivo. Queremos aumentar gradativamente essa performance enquanto a Nova Ferrovia não sai do papel”, destacou Gonçalves. “A solução do gargalo logístico está na ferrovia. Ficamos para trás. É hora de recuperar esse tempo perdido”.
DESESTATIZAÇÃO - A Ferroeste foi qualificada em meados deste ano no âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI) do governo federal, o que deve acelerar o seu processo de desestatização. O pedido foi feito pelo Governo do Estado e significa que a União vai ajudar o Paraná com apoio técnico regulatório necessário em diversas áreas, da modelagem e meio ambiente à atração de investidores.
A expectativa é colocar a Ferroeste em leilão na B3 até o final de 2021 já com o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA), o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) da ferrovia que liga Maracaju (MS) a Paranaguá concluídos. O modelo de concessão (total ou parcial) será discutido em um Comitê de Governança do Projeto, mas a ideia é que o setor produtivo assuma a companhia é o compromisso com a construção desses novos trilhos.
A nova ferrovia terá 1.371 quilômetros. O projeto inclui a construção de uma malha entre Maracaju e Cascavel (Oeste do Paraná), a revitalização do atual trecho ferroviário operado pela Ferroeste, entre Cascavel a Guarapuava; a construção de um novo traçado entre Guarapuava e Paranaguá e de um ramal multimodal entre Cascavel e Foz do Iguaçu. Como está em fase de elaboração, não há um valor definido para a obra.
“Os estudos de viabilidade econômica e ambiental estão em andamento, e a modelagem econômico-financeiro está em fase final de contratação. Com os três vamos chegar no leilão da B3 até o final do ano que vem”, disse o diretor-presidente da Ferroeste. Segundo ele, o trilho original será conhecido ainda no final deste ano.
Além disso também está sendo feito o valuation da companhia para levantamento dos ativos da empresa.
INVESTIMENTOS - Também há melhorias em andamento com recursos do Governo do Estado na Ferroeste. Eles englobam R$ 1 milhão na construção de um parque fotovoltaico para reduzir em 50% os gastos com energia elétrica, R$ 1 milhão para resolver os nove pontos críticos do trecho Guarapuava-Cascavel, diminuindo as restrições de velocidade e melhorando a eficiência do transporte; e R$ 3 milhões com apoio de Itaipu Binacional para a contratação dos Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) dos terminais de Cascavel (novo plano-diretor para modernização do terminal, preparando a estrutura para a ferrovia Maracaju-Paranaguá) e Foz do Iguaçu (análise de localização para complementar as obras em andamento no município, tirando os caminhões do Centro).
Fonte: AEN