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Investimento de Itaipu em Furnas fortalece segurança energética do Brasil

Sistema de Corrente Contínua de Alta Tensão (HVDC) vai receber R$ 1 bilhão da margem brasileira de Itaipu. Anúncio oficial foi feito pelo presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (25), em Foz.

  • 25/02/2021
  • Foto(s): Rubens Fraulini / Itaipu Binacional
  • Região
Investimento de Itaipu em Furnas fortalece segurança energética do Brasil

O presidente Jair Bolsonaro lançou oficialmente, nesta quinta-feira (25), em Foz do Iguaçu (PR), o projeto de revitalização do sistema de Corrente Contínua de Alta Tensão (HVDC) de Furnas, com aportes de R$ 1 bilhão da margem brasileira de Itaipu. O sistema é responsável pela transmissão de parte da energia produzida pela hidrelétrica binacional e que abastece os principais centros consumidores do País, como Rio de Janeiro e São Paulo.

O termo de compromisso foi assinado pelo diretor-geral brasileiro de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna, e pelo diretor-presidente de Furnas, Pedro Eduardo Fernandes Brito. Na mesma cerimônia, o Minas e Energia, Bento Albuquerque, assinou a portaria que aprova o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE-2030), um documento publicado anualmente pelo Ministério de Minas e Energia com as perspectivas de expansão do setor de energia no horizonte de dez anos.

Diretor-geral brasileiro de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna. foto: Rubens Fraulini / Itaipu Binacional

A solenidade ocorreu na subestação Foz do Iguaçu de Furnas e reuniu ainda o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general Augusto Heleno; o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior; o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior; o prefeito de Foz do Iguaçu, Chico Brasileiro; e o general João Francisco Ferreira, indicado para assumir o cargo de diretor-geral brasileiro de Itaipu - entre outras autoridades

O anúncio oficial ocorre às vésperas do aniversário de Furnas, que completa 64 anos no próximo domingo (28). Também foi o primeiro encontro pessoal entre o presidente e Silva e Luna após a indicação do general por Bolsonaro a presidência e o Conselho de Administração da Petrobras, no último dia 19; a quinta viagem do presidente a Foz do Iguaçu desde que tomou posse, em janeiro de 2019; e a oitava ao Paraná. Sete delas têm correlação obras viabilizadas pela hidrelétrica.

O presidente Jair Bolsonaro lembrou da visão de futuro dos governos militares que construíram Itaipu e que seu governo têm a mesma preocupação, como demonstra o investimento na revitalização do sistema HDVC. “O meu governo prima pela previsibilidade, pela capacidade de se antecipar a problemas e ter visão de futuro. E este projeto é resultado da liberdade de iniciativa que vocês (gestores da Itaipu e Furnas) têm”, disse o presidente, que elogiou a gestão do general Silva e Luna à frente da Itaipu. “É uma gestão ímpar, que colocou a binacional no rumo da prosperidade, colaborando com o governo estadual e com mais de 30 prefeituras, com uma visão social”, completou.

Bolsonaro - Foto: Rubens Fraulini / Itaipu Binacional

Bolsonaro também agradeceu a Silva e Luna por ter aceitado o convite para presidir a Petrobras e afirmou que “uma estatal, seja qual for, tem que ter a sua visão social”. “Não podemos admitir um presidente de uma estatal que não tenha esse olhar", concluiu.

O ministro Bento Albuquerque destacou que o governo Bolsonaro está realizando obras de grande importância para o País, algumas paradas ou que nem chegaram a sair do papel. E que, como no caso desta revitalização, não representarão “nem um centavo a mais para o consumidor”. “Nos próximos 10 anos, o Paraná e o Brasil receberão investimentos de R$ 2,7 trilhões no setor de energia, dos quais R$ 2,3 trilhões para petróleo, gás natural e biocombustíveis e R$ 365 bilhões para a geração centralizada e distribuída", garantiu o ministro, reforçando que o Brasil seguirá com uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, o que motivou a ONU a escolher o País para liderar o diálogo internacional de alto nível para a transição energética para uma economia de baixo carbono.

O governador Ratinho Junior agradeceu os investimentos e parcerias com o governo federal, ressaltando o peso do Paraná para o setor elétrico nacional (o Estado responde por 18% da geração no País) e as realizações da gestão Silva e Luna na Itaipu. “Nunca a Itaipu investiu tanto para o desenvolvimento estratégico do Paraná. Nesse curto espaço de tempo, deixou uma marca histórica.”

Segurança energética

O convênio para a atualização do sistema HVDC de Furnas já foi assinado e o primeiro repasse, de R$ 161 milhões, feito no final de dezembro. As obras têm duração prevista de 60 meses. “A modernização é importante e necessária porque dará maior robustez e segurança ao sistema elétrico nacional”, defendeu o general Silva e Luna.

O presidente de Furnas, Pedro Eduardo Fernandes Brito, destacou a importância desse investimento em um momento histórico para a empresa. “Esta subestação está chegando a 36 anos e, desde sua inauguração, vem cumprindo com eficiência, qualidade e responsabilidade essa complexa missão que é escoar a energia produzida por Itaipu" afirmou.

“Nos próximos cinco anos, concluiremos essa obra que ampliará a confiabilidade do sistema elétrico nacional e representará um novo marco para a engenharia brasileira. Esse modelo de parceria iniciado pelo general Silva e Luna tem o potencial de transformar o Sul do Brasil num grande polo de inovação. Então, por que não transformar esta região em uma espécie de Vale do Silício da Energia", completou.

Investimento estratégico

O sistema HVDC tem aproximadamente 800 km e conecta as subestações de Foz do Iguaçu e Ibiúna (SP). Ele é responsável pela transmissão da energia produzida pela Itaipu em 50Hz (frequência utilizada no Paraguai) e que não é consumida pelo país vizinho, sócio no empreendimento binacional. Em Ibiúna, a energia é convertida para corrente alternada de 60Hz (padrão brasileiro).

Será a primeira reforma de grande porte deste sistema, que começou a operar há 36 anos. Por ele, já passaram 1,18 bilhão de MWh (megawatts/hora) dos mais de 2,7 bilhões MWh produzidos pela Itaipu desde 1984, quando começou a produzir energia (43% do total).

O HVDC é considerado estratégico tanto para os paraguaios (porque garante acesso ao mercado brasileiro) como para o Brasil, por permitir que a energia de Itaipu chegue aos principais centros consumidores do País. A subestação de Ibiúna está localizada a menos de 100 km do centro da cidade de São Paulo.

Energia excedente

Conforme o Tratado de Itaipu, o Paraguai tem direito a 50% da produção da usina binacional. Entretanto, com 15% já abastece cerca de 90% do seu consumo interno atual. O excedente de produção não utilizado pelo país vizinho é contratado pelo Brasil e escoado pelo HVDC. Nos últimos cinco anos, a energia produzida por Itaipu (em 50Hz e 60Hz) supriu em torno de 14% de toda a demanda brasileira.

Obras estruturantes

O investimento em Furnas se soma aos mais de R$ 1,5 bilhão aplicados pela Itaipu em uma série de obras de infraestrutura, conforme diretriz do governo Jair Bolsonaro. Entre elas, estão a nova ponte internacional entre o Brasil e o Paraguai; a ampliação da pista de pouso e decolagens do Aeroporto Internacional do Iguaçu; e a duplicação da BR-469, a Rodovia das Cataratas, principal corredor turístico da região.

Outro investimento anunciado no início de fevereiro é a revitalização da BR-487, a Estrada Boiadeira, uma das principais ligações do Paraná com o Mato Grosso do Sul. “São obras estruturantes, que abrem frentes de trabalho e movimentam a economia, num momento tão importante de retomada do crescimento. E que ficarão como legado para as futuras gerações”, afirma Silva e Luna.

Plano Decenal

O Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE-2030), lançado nesta quinta-feira pelo MME, é considerado uma das principais ferramentas de planejamento das políticas públicas para o setor de energia no Brasil. O plano incorpora uma visão integrada da expansão da demanda e da oferta de recursos energéticos para um horizonte de dez anos, sinalizando e orientando decisões dos agentes no mercado de energia. O objetivo é assegurar a expansão equilibrada da oferta energética, com sustentabilidade técnica, econômica e socioambiental.

Fonte: Assessoria/ Itaipu Binacional