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Rádio Costa Oeste
A Rede de Estudos Genômicos do Paraná passou a integrar a rede nacional, denominada Rede Corona-ômica Brasil, vinculada à Secretaria de Pesquisa e Formação Científica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. A ação vai possibilitar, entre outros benefícios, o compartilhamento de análises genéticas de amostras de pacientes infectados com o novo coronavírus e o aporte de recursos financeiros da União para o custeio de pesquisas paranaenses.
A Rede Corona-ômica Brasil tem como objetivo promover o sequenciamento genético do SARS-CoV-2 em todo o País e monitorar as mutações do vírus. A iniciativa é resultado de uma articulação entre o superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Aldo Nelson Bona, e o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Cesar Pontes, sob o direcionamento do governador Carlos Massa Ratinho Junior.
Aldo Bona sinaliza que o Paraná vai colaborar com as informações nacionais relacionadas à reação dos organismos dos pacientes ao vírus. “O intuito é trabalhar com sequenciamento genético e fazer estudos da correlação entre o vírus, a doença e a reação imunológica, contribuindo para o desenvolvimento, de maneira mais assertiva de diagnósticos e tratamentos, assim como trabalhando com a produção de conhecimento associado ao tema”, afirma.
As mutações do vírus em circulação no atual momento da pandemia reforçam a urgência de avançar com os estudos e pesquisas. “Os resultados obtidos pelos pesquisadores auxiliam o processo de tomada de decisão de autoridades sanitárias e governamentais, com foco na definição de protocolos de vigilância, controle, tratamento e prevenção da doença”, afirma Aldo.
Segundo o secretário de Pesquisa e Formação Científica do Ministério, Marcelo Morales, mais de 2.400 amostras passaram, até agora, por sequenciamento genético em todo território nacional. “É fundamental a junção de esforços para o monitoramento e sequenciamento do genoma do vírus circulante, pois a ação conjunta permite a adoção de medidas em tempo hábil”, destaca.
As atividades da Rede de Estudos Genômicos do Paraná são coordenadas pelo doutor em Ciências Médicas, David Livingstone Alves Figueiredo. Ele ressalta a importância do sequenciamento genético para as pesquisas sobre o patógeno. “Além de aumentar a capilaridade dos nossos estudos, o trabalho em rede possibilita a troca de conhecimento com vários cientistas, contribuindo para o aprendizado em torno dos grupos genéticos do vírus em circulação no Paraná e no Brasil”, diz o médico, que também atua como coordenador do Curso de Medicina da Unicentro.
Além do superintendente Aldo Bona e do coordenador David Livingstone, o documento de formalização da adesão da Rede Estadual à Rede Nacional também foi assinado pelo presidente da Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná, Ramiro Warhaftig.
PESQUISA – Lançada em julho do ano passado, a Rede de Estudos Genômicos do Paraná tem como objetivo contribuir para o avanço e desenvolvimento de metodologias aplicadas ao diagnóstico e prevenção de patologias de base genética, tais como doenças oncológicas e a própria Covid-19, infecção causada pelo novo coronavírus.
Instituída no âmbito do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação em Genômica (Napi Genômica), uma das primeiras iniciativas empreendidas pela rede paranaense, o Projeto Genoma Covid-19 reúne mais de 200 pesquisadores de instituições de ensino e de pesquisa, públicas e privadas.
Esse projeto estuda o comportamento do novo coronavírus em pacientes com quadros clínicos graves, moderados e leves ou assintomáticos, internados em enfermaria e em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) com ventilação pulmonar, além de pacientes curados sem a necessidade de transferência para a UTI.
VALE DO GENOMA – O Governo do Paraná vem articulando a formalização do Vale do Genoma, um polo de startups voltado para saúde e genética. Pioneiro no Brasil e no mundo, o projeto será instalado em Guarapuava, no Centro-Sul do Estado, baseado em um modelo de coopetição – conceito organizacional que alia a cooperação à competição, favorecendo o crescimento de segmentos empresariais e profissionais.
A iniciativa consiste na estruturação de um ecossistema de inovação inédito de genômica e inteligência artificial aplicada à saúde, com foco na geração de negócios entre startups e outras empresas, contemplando também as áreas da agricultura e agropecuária. O intuito é desenvolver soluções inovadoras, considerando tendências tecnológicas e conhecimento científico, mediante a participação de pesquisadores e membros da comunidade acadêmica.
REDEVÍRUS – A rede reúne especialistas, representantes de governos, agências de fomento, centros de pesquisas e universidades, com o propósito de integrar ações de combate a viroses emergentes, no âmbito do MCTI. Funciona como um comitê de assessoramento estratégico, atuando na articulação de laboratórios e atividades de pesquisa, com foco na eficiência econômica e na otimização e complementaridade da infraestrutura.
CORONA-ÔMICA – Área da RedeVírus do MCTI responsável pelo monitoramento e sequenciamento do genoma do novo coronavírus circulante no País, com a finalidade de subsidiar medidas estratégicas de combate à pandemia em tempo hábil. Também acompanha a evolução do SARS-CoV2 na infecção de pessoas em diferentes regiões do Brasil. A partir de uma análise acurada, a Rede Corona-ômica Brasil tem como objetivo identificar mutações do vírus e potenciais focos terapêuticos.
Fonte: AEN