Os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Operação Pecúlio, que investiga um esquema de corrupção e pagamento de propina da prefeitura de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, começaram a ouvir nesta quarta-feira (1º) os primeiros convocados. Foram chamados para dar explicações o ex-secretário de Obras Cristiano Fure de França e o servidor da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) Luiz Carlos Medeiros.
De acordo com os vereadores que integram a CPI, devem ser ouvidos também outros oito suspeitos de envolvimento nas supostas fraudes para o desvio de recursos para obras e serviços do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Sistema ??nico de Saúde (SUS). Na lista estão ex-agentes públicos e empresários da região. Na sexta-feira (3) deverá haver mais uma rodada de depoimentos.
???Isso tudo que teve foi um equívoco. Nesta época em que tudo isso foi apontado, o Cristiano não fazia mais parte da administração pública. Isso já foi suficientemente esclarecido nos autos do inquérito policial. No mesmo dia citado pelas investigações, teve duas licitações: uma apontada com suspeita de fraude, que o Cristiano não participa, e outra que uma empresa dele participa, mas não vence. Ouve na verdade uma confusão por parte da investigação???, apontou o advogado de França, Maurício Defassi.
Investigações
Deflagrada no dia 3 de abril e com uma segunda fase no dia 19 do mesmo mês, a Operação Pecúlio da Polícia Federal cumpriu dez mandados de prisão temporária e seis de prisão preventiva. Até então, os prejuízos calculados pela Controladoria-Geral da União (CGU) chegavam a R$ 4 milhões em contratos fraudulentos. As investigações apontam ainda que o esquema era chefiado pelo prefeito Reni Pereira (PSB).
Já a CPI foi aberta no dia 18 de maio com uma reunião entre os vereadores Dilto Vitorassi (PV), presidente, Edílio Dall???Agnol (PSC), relator, e Nilton Bobato (PC do B), membro. O primeiro passo foi encaminhar ofícios solicitando documentos às autoridades competentes como à 3ª Vara de Justiça Federal em Foz do Iguaçu e ao Tribunal Regional Federal da 4ª região (TRF4), em Porto Alegre (RS).
Novos documentos devem ser pedidos ao Executivo e autarquias locais como cópias de contratos e processos licitatórios de obras e outros serviços na cidade.
???Tanto o Judiciário como a Câmara de Vereadores têm a incumbência de saber onde é que houve a lesão ao erário público. Tendo este indiciamento e esta certeza, não resta outra alternativa à Câmara Municipal que abrir uma Comissão Processante. Aberta esta comissão, depende do colegiado, ou seja, se dois terços votar pelo afastamento do prefeito, assim será feito???, explicou Vitorassi.
Fonte: G1