106,5 FM
Rádio Costa Oeste
A mãe e o padrasto do jovem Rômulo Borges, de 19 anos, foram condenados nesta sexta-feira (14) pela morte do jovem. O julgamento ocorreu em Ponta Grossa, um ano e cinco meses após o crime. Foram cerca de 16 horas de julgamento.
Rômulo, que estava no Transtorno do Espectro Autista (TEA), foi encontrado morto dentro da casa em que morava. A investigação indicou que ele era vítima de maus-tratos.
Samuel de Jesus da Silva foi condenado por tortura, cárcere privado, fraude processual e homicídio qualificado, por meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. A pena determinada foi de mais de 23 anos, com pelo menos um ano de detenção.
Renata Fernandes Quadros Borges foi condenada pelos mesmos crimes, com exceção de homicídio. A pena determinada foi de três anos e ela responderá em liberdade.
O júri acatou a tese do Ministério Público (MP-PR) de que era o padrasto quem estava com Rômulo no momento da morte.
A defesa dos agora condenados disse que vai avaliar as sentenças para definir se apresenta recurso.
O promotor responsável pelo caso disse que vai apresentar recurso para aumentar a pena dos dois condenados porque, segundo ele, houve um erro no cálculo.
Relembre o caso:
MP-PR recebeu em 2019 denúncia de maus-tratos a jovem autista encontrado morto.
Investigação
Segundo a investigação, quando Romulo foi encontrado, ele tinha um ferimento na testa. 24 testemunhas foram ouvidas no processo.
O Ministério Público (MP-PR) sustentou, com base nas investigações, que em algumas situações, Rômulo passava parte do tempo amarrado e amordaçado em um banheiro antigo.
Ele também era privado de condições de higiene, conforme a denúncia.
Ainda de acordo com a investigação, testemunhas indicaram que antes de morrer, Rômulo estava magro e debilitado.
O que disseram os réus
Durante o júri, o padrasto e a mãe negaram as acusações, assim como fizeram durante todo o processo.
A defesa deles apresentou provas sustentando que Rômulo tinha momentos de surto e ataques de epilepsia, o que fazia com que ele se machucasse. Afirmou, também, que ele machucava a si próprio.
A defesa também afirmou que, por falta de dinheiro, a família não tinha melhores condições para o jovem.
O promotor disse que a mãe não participou da morte, mas foi omissa às agressões do padrasto. Disse, também, que ela também agrediu o filho em momentos anteriores.
O caso
O corpo de Rômulo foi encontrado em 18 de fevereiro. Imagens de câmera de segurança mostram a movimentação na casa na manhã do dia, registrando a saída da mãe da vítima por volta de 8h40.
Quase 15 minutos depois, o padrasto de Rômulo aparece na garagem usando o telefone. Ele entra na casa às 8h58 e sai um minuto depois, ficando na garagem por cerca de cinco minutos.
Neste instante a mãe da vítima chega, corre até o portão e encontra o padrasto na garagem. Eles entram juntos na residência.
A câmera registra ainda que às 9h07 o padrasto sai novamente da casa, e parece falar ao celular, retornando para a residência na sequência. Sete minutos depois, ele volta até a garagem com o filho menor no colo.
Às 9h21, uma ambulância do Samu passa em frente à residência.
Um minuto depois, o casal aparece na garagem e o padrasto vai até a rua, acenando para a ambulância. Às 9h23, a equipe do Samu entra na casa.
Fonte: G1 Paraná