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Rádio Costa Oeste
O Costa Oeste News realizou entrevista com as enfermeiras Renata Yara e Mônica Cardoso, que atuam na vigilância epidemiológica do município de São Miguel do Iguaçu. Elas falaram sobre a campanha Julho Amarelo, que tem como objetivo o controle e a prevenção das hepatites virais, doenças que causam inflamação do fígado e podem levar a complicações graves como cirrose e câncer.
Segundo Renata, a campanha foi instituída no Brasil em 2019 e conta com a parceria da Secretaria Municipal de Saúde e do Departamento de Vigilância em Saúde. “Estamos aqui hoje para divulgar as ações que estamos realizando durante o mês inteiro nas unidades de saúde, onde a testagem já está sendo feita, mas o Dia D é para encerrar o mês de Julho Amarelo, então será no dia 29/07, próximo sábado, das 8 horas às 12 horas, com intervalo para o almoço, e das 13 horas às 17 horas. As unidades de saúde que estarão abertas serão todas aqui do centro, a Central, Panorama, Gaúcha e do interior será São Jorge, que estará aberta para o atendimento de todos os moradores”, explicou.
Renata também esclareceu quais são os tipos de hepatites causadas por diferentes tipos de vírus. “As hepatites são classificadas em A, B, C, D e E. As mais frequentes aqui são A, B e C. A hepatite A é por transmissão fecal-oral, que é o contato por não lavar bem os alimentos ou por falta de saneamento básico. A hepatite B é mais por transmissão sexual, compartilhamento de agulhas ou transfusão sanguínea. Hoje é mais difícil por causa da triagem nos bancos de sangue. A hepatite C também é transmitida pelo sangue ou por objetos contaminados”, disse.
Mônica Cardoso informou como estão os casos de hepatites em São Miguel do Iguaçu. “Temos casos de pessoas que fazem acompanhamento, as mais frequentes são B e C. A hepatite B tem bastante casos crônicos, porque é uma doença que cursa numa fase aguda e depois ela fica crônica, e esses casos crônicos são acompanhados. Tem várias pessoas que têm e que fazem acompanhamento e tratamento”, afirmou.
Ela também mencionou outras possíveis causas de inflamação do fígado, além dos vírus. “As bebidas alcoólicas, alguns medicamentos podem causar hepatite, ou doenças autoimunes também podem causar a inflamação do fígado”, disse.
Por fim, ela falou sobre o tratamento oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para todos os tipos de hepatites. “A hepatite A é uma das hepatites que cursa com uma forma mais benigna, os sintomas são na fase aguda e ela vai se resolver sem tratamento específico, só tratando os sintomas. A hepatite B é uma das hepatites que há tratamento, a pessoa toma medicação ou então ela acompanha semestralmente com exames e vê a evolução da doença. Se ela cursar com uma evolução estável, ela não precisa tomar o medicamento. Se ela começar a descompensar alguns exames ou funções do próprio fígado, ela vai tratar com medicamentos antivirais. Esses medicamentos vão fazer com que o vírus fique em níveis tão baixos que ele fique indetectável. A hepatite C também tem tratamento, a pessoa toma medicação por três ou quatro meses e zera a carga viral do vírus da hepatite C. A gente não fala que fica curado porque a pessoa tem que acompanhar ainda por vários anos, mas ela elimina o vírus. A hepatite D é pouco frequente, é uma hepatite que eu tenho que ter a B para ter a D e ela é mais frequente lá na região norte do país”, explicou.
As enfermeiras ressaltaram a prevenção das hepatites virais, que podem ser evitadas com medidas simples como vacinação, uso de preservativos, higiene pessoal e cuidado com objetos perfurocortantes. Elas também convidaram a população a participar do Dia D da campanha Julho Amarelo e fazer o teste rápido nas unidades de saúde. “É um teste simples, rápido e gratuito, que pode salvar vida”, concluíram.
Fonte: Costa Oeste News