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Rádio Costa Oeste
Não há dúvidas de que Vanderlei Luxemburgo é um dos personagens mais emblemáticos do futebol brasileiro. Mas as declarações do técnico ao elenco e também à imprensa nessa terceira passagem pelo Corinthians estão ajudando a reforçar ainda mais a figura folclórica de Luxa.
A mais recente delas foi a negativa em fazer a análise tática momentos após a vitória diante do São Paulo, por 2 a 1, no jogo de ida das semifinais da Copa do Brasil. De acordo com Luxa, este é o papel dos jornalistas que acompanham o clube, e não dele como treinador.
– Toda vez que eu vir aqui vou ter que fazer a análise do jogo? Não tem os analistas do jogo que falam para vocês? Vocês viram o que aconteceu no jogo. Vou ter que vir aqui, falar isso, falar aquilo, ficar igual num pau de sebo, sobe e desce, sobe e desce...Vocês viram o jogo, a interpretação é de vocês, sei o que fiz no jogo. Agora, a estratégia foi criada e vocês analisam se errou ou acertou – esbravejou.
As respostas com tom de ironia não são as únicas. Há aquelas mais engraçadas com um ar mais filosófico. Foi o que aconteceu, por exemplo, na entrevista do dia 21 de maio, logo após a derrota para o Flamengo no Maracanã, quando Luxa fez uma analogia sobre a importância da tomada de atitude.
– Se na sua casa tiver dois banheiros e você ficar na dúvida em qual você vai, você vai fazer nas calças. Tem que tomar a atitude de ir ao banheiro. Se fizer nas calças, você nunca mais vai errar, mas tem que tomar atitude – explicou o treinador aos jornalistas.
Outro exemplo do bom humor do técnico corintiano foi no vestiário do estádio Monumental, no Peru, no dia 18 deste mês. Naquela noite, os garotos do Timão derrotaram o Universitario por 2 a 1. Autor do gol nos acréscimos, Ryan tirou a camisa, mostrou aos torcedores locais e desencadeou uma briga.
Passada a tempestade, o garoto pediu desculpas a todo o grupo de jogadores e funcionários do clube. Imediatamente, Luxa pediu a palavra e, em tom professoral, arrancou o riso de todos.
– Merdas, cagadas não voltam para o c... – brincou o treinador.
Relembre outras frases marcantes de Luxa:
Quer moleza?
– Aqui não tem moleza, não. Quer moleza, mastiga água! Negócio é que cada jogo é mais complicado que o outro. Não tira peso, a gente tem que ganhar. O que falei para os jogadores? Vem a cobrança muito forte, ninguém achou que a molecada ia jogar, jogaram com propriedade. Segundo tempo contra o Athletico jogamos o adversário para trás, segundo tempo do Bragantino, América... A gente vai crescendo – disse, após vitória sobre o Atlético-MG.
Nem bom, nem ruim
– Consegui fazer um trabalho que não é tático, que é um pouco tático, que não é técnico, mas é um pouco técnico, não é físico, mas o mais importante é que eu consegui trazer o time de uma derrota por 3 a 0 para jogar um clássico com condições de poder ganhar, empatar ou até perder – disse Luxa no 14 de maio, após o empate com o São Paulo.
O campo de futebol aumentou?
– O campo de futebol aumentou 16 metros. Por quê? A marcação deixou de ser compactada. Goleiro sai e atrai o time rival. Atrai e sai jogando com um espaço maior. Jogadores precisam de intensidade para ocupar mais rápido o campo – argumentou o treinador no dia 11 de maio, depois da derrota para o Botafogo, por 3 a 0.
E a motivação, Luxa?
– Muitas mudanças (no futebol) aconteceram, eu acompanhei todas. Só que discordo com algumas (críticas), concordo com algumas e não concordo com outras. Seria a motivação? Estou com ela apontada para o céu (risos). Já viu? Então não queira ver – brincou, em tom irônico, após ser questionado no dia 11 de maio se tinha motivação para trabalhar no Corinthians.
Fonte: GE