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Rádio Costa Oeste
O Costa Oeste News realiza a primeira entrevista de uma série com os candidatos ao conselho tutelar em São Miguel do Iguaçu. A primeira entrevistada é Regiane Bilski, que trabalhou por 11 anos na TUPI calçados e é conhecida como Regi da Tupi.
Ela conta qual é a motivação para se candidatar ao cargo de conselheira tutelar e como acredita que pode contribuir para a comunidade.
“Eu vejo que é a parte de dever, de proteção de crianças e adolescentes é essencial em qualquer comunidade. E isso se dá não através apenas de pais e mães, mas sim, do contexto em geral que envolve essa criança que está em formação. A minha contribuição ela pode ser muito bem vista e se dá de uma maneira muito importante, pelo conhecimento que eu tenho”, afirma.
Regiane diz que por conhecer muitas pessoas na cidade, acha que vai ser um caminho mais fácil de trabalhar com casos de violência e abuso contra crianças e adolescentes.
“Como eu trabalhei muito tempo no comércio, até quem não me conhece pelo nome, provavelmente vai conhecer da maneira que eu sou chamada, que é Regi da Tupi, é assim que eu sou conhecida em São Miguel do Iguaçu e por eu conhecer muitas pessoas eu acho que vai ser um caminho mais fácil de trabalhar com esses casos”, explica.
Ela também fala sobre como planeja lidar com situações delicadas, como abuso infantil e negligência, garantindo o bem-estar das crianças.
“São casos bem delicados e eu acho que deve ter um acompanhamento depois do caso já tomado as providências necessárias. Deve ter uma sequência de atendimento, porque o que eu vejo na comunidade, é as pessoas falando disso. Pedindo para que tenha uma sequência de atendimento que geralmente o atendimento é feito e alguns casos não é retornado para ver como que tá acontecendo aquela situação, se volta ao correr ou não. Então isso eu vi que é uma necessidade da comunidade em geral”, diz.
Regiane também revela quais são as suas ideias para melhorar a comunicação e a cooperação entre o conselho tutelar, a escola e outras instituições.
“Eu tenho uma rede de apoio muito grande, graças a Deus e são pessoas que vão me colocar a frente do que tá acontecendo. A escola ela por si, ela já tem dentro da escola, as leis de como é trabalhado em caso da criança está faltando, no âmbito escolar. Então tudo ali já tem um preparo para ter essa sequência de atendimento, pelo conselheiro. No caso da comunidade ela se priva muitas vezes de estar entrando em contato com os conselheiros, por medo e pelo fato de eu ter pessoas de rede de apoio que me apoiam nessa parte, eu conheço a comunidade, eu sei os locais, essas pessoas que estão comigo me acompanhando, me apoiando nesse projeto, elas vão estar à frente da comunidade e vão repassar para mim tudo que tá acontecendo ali dentro”, conta.
Bilski diz como pretende envolver os pais e responsáveis no processo de proteção das crianças.
“Eu vejo que falta muita informação e a parte de prevenção começa ali, como que nós devemos trabalhar com a nossa comunidade de uma maneira coerente, mostrando para eles que essas crianças têm direitos e os pais têm os seus deveres. Isso é lei e deve ser implantado de maneira correta, essa parte do pai ter noção do que realmente acontece na comunidade com seu filho, com o filho do vizinho, é importante. Por isso que é bacana você trabalhar esse lado ali de prevenção com pais, fazer umas palestras que eu acho isso muito importante para o pai ter o conhecimento para a sociedade ter o conhecimento, do que deve ser efetuado”, afirmou.
A candidata falou sobre qual é a abordagem com relação a lidar de repente com casos de bullying e violência entre crianças e adolescentes.
“Caso de bullying ele já se estende a muitos anos, e isso não vem agora recente isso ocorre desde a infância provavelmente, do David e do Marcio também, como ocorreu na minha também. Às vezes passa um pouquinho do controle porque acaba tendo palavras mal colocadas dentro de casa por pais, por familiares e isso vai instigar a criança a levar o que teve de conhecimento infelizmente de maneira errada dentro de casa para as escolas, vai acabar tendo uma agressão verbal ali com um amiguinho, para os professores porque os professores também não escapam, de ouvir palavras desnecessárias e isso tá tudo envolvido com o ambiente que a criança foi formada. Às vezes uma palavra do nada que o pai o que a mãe solta sem querer, essa criança vai transmitir”, diz.
Ela também explicou como planeja garantir os direitos das crianças com deficiência.
“Esse é um caso muito delicado, porque nós temos casos de crianças que os pais sequer levam para ter um acompanhamento médico e é previsto por lei. Eles têm esse direito garantido por lei e acaba tendo até alguns lugares, que não tem acessibilidade principalmente para cadeirantes, para quem tem deficiência visual, tudo isso engloba. Graças a Deus que nós temos a pestalozi que faz um trabalho muito bom aqui dentro da nossa comunidade, auxiliando muitos pais, mas ainda é um espaço muito pequeno para ser trabalhado a população de São Miguel toda”, afirma.
Bilski comenta sobre os casos de abuso de substâncias por parte de pais e responsáveis que afetam o ambiente familiar e também o bem-estar das crianças.
“Esse é um caso bem complicado que está crescendo a cada dia mais, até porque a criança e o adolescente ele vai ver o pai e a mãe como um exemplo e tudo aquilo que você fizer dentro de casa vai fomentar na vida dessa criança, desse adolescente, ele vai levar para vida toda, porque ele tá tendo como exemplo, e isso é na sociedade em geral como que a gente está olhando para os nossos filhos, para o filho do vizinho, com o nosso comportamento. Porque nós somos o espelho, a visão da sociedade ela acha que é simplesmente colocar um filho no mundo, criar ele, da melhor maneira possível, que acha que é só o alimento que é só o a vestimenta e não é o comportamento do pai, da mãe e da sociedade vai influenciar na formação desse adulto depois, na formação da criança e no desenvolvimento desse adolescente tornando ele um adulto, igual, é um espelho”, conta.
Regiane expressa a opinião sobre educação sexual nas escolas e como planeja apoiar programas educacionais com relação a este assunto.
“É um assunto bem delicado, porque tem famílias que vem de uma maneira diferente a partir da educação sexual e não gostariam de ter esse tipo de assunto abordado em sala de aula, porque eles dizem que deve ser trabalhado isso em casa. No entanto as pessoas que vão estar falando sobre a educação sexual, nós vamos estar preparada para isso e nós estamos no período que a cada dia mais as crianças estão tendo essa visão da sexualidade despertada, muito mais cedo e é importante sim, você falar sobre prevenção sexual né prevenção sobre doenças também, que ali também englobam no geral. Até mesmo porque as crianças elas estão expostas, querendo ou não, a sociedade influencia como eu falei antes e a parte de músicas, tudo isso vai fazer com que a criança acabe tendo mais contato com a parte adulta, o que não é legal para a fase de idade dela”, explicou.
A postulante disse que a parte de prevenção é essencial e que muitas pessoas não sabem ao certo o trabalho do conselho tutelar, por não terem uma informação coerente.
“A parte de prevenção eu acho que é essencial. Isso aconteceu comigo também, nós não sabemos ao certo o trabalho do Conselho Tutelar, não é passado uma informação coerente e muitas pessoas acabam não gostando do trabalho que é desenvolvido dentro do Conselho Tutelar, por não ter esse conhecimento, mas é um órgão essencial para o município e ele abrange crianças e adolescentes e tem o direito, tem o dever de cuidar e fortalecer esse direito estabelecido por lei, para essas crianças e esses adolescentes”, afirma.
Ela falou sobre o que vê como maior desafio para o conselho tutelar, que é o medo e a vergonha das famílias em relatar o que está acontecendo dentro de casa.
“O que eu vejo como maior desafio, é que as pessoas têm medo, principalmente a família. A família vai ser a última que vai falar, vai relatar, o que tá acontecendo dentro de casa. Pela maneira que a sociedade vai olhar, porque eles têm vergonha eu acho isso muito importante a parte de trabalhar, o conhecimento do que o órgão faz. Explicar como que funciona dá esse espaço para a comunidade, para eles poderem se abrir e falar o que realmente acontece. Quando você trabalha se mostrando disposto auxiliar essas famílias e você tendo conhecimento dessas famílias, elas vão falar para você o que tá acontecendo dentro de casa, agora se você não conhece essa família, eles não vão falar. Esse é o maior problema para mim, o medo de falar o que tá acontecendo e a vergonha porque tem muitas pessoas que não falam por vergonha”, diz.
Essa foi a entrevista completa com Regiane Bilski. Ela é uma das candidatas ao conselho tutelar em São Miguel do Iguaçu. As eleições serão no dia 1º de outubro de 2023. Para saber mais sobre os outros candidatos, acompanhe o Costa Oeste News.
Fonte: Costa Oeste News