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Rádio Costa Oeste
O Paraná é o
terceiro estado com mais mortes em acidentes de transporte terrestre no século
21. É o que revela um levantamento com base no Sistema de Informações sobre
Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, cujos dados de 2022 (os mais
recentes e ainda preliminares) foram divulgados na última semana.
Desde o início do século, em 2001, 63.878 vidas foram perdidas em acidentes
desse tipo no território paranaense, o equivalente a oito mortes por dia ou um
falecimento a cada seis horas.
Entre todas as unidades da federação, apenas os estados de São Paulo (143.353)
e de Minas Gerais (77.556) tiveram mais mortes no período analisado. Em todo o
país, o contingente de vítimas chega a 808.788, o que significa que o Paraná
foi responsável por 7,9% dos registros no Brasil.
A boa notícia, por outro lado, é que nos últimos
anos (desde 2017) o estado vem conseguindo manter a média anual de óbitos no
trânsito abaixo de 2,7 mil, sendo que em 2012 o Paraná chegou a a registrar
mais de 3,6 mil mortes em acidentes de transporte num único ano, recorde para o
período analisado (em 2022, já houve 2.551 registros).
Nacionalmente, o cenário segue a mesma tendência: chegou-se a registrar mais de
44,8 mil mortes no trânsito em 2012, mas desde 2015 a estatística apresenta
tendência de queda e em 2022 os dados preliminares do Ministério da Saúde
apontam para 32.173 mortes em acidentes de transporte.
Principais vítimas
Analisando-se os dados do Paraná a partir da segmentação dos óbitos conforme os
grupos da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), é possível verificar
qual o meio de transporte que era utilizado pela vítima fatal de um acidente.
E, na ordem, ocupantes de automóvel, motociclistas e pedestres aparecem como as
principais vítimas do trânsito paranaense.
Apenas entre ocupantes de
automóvel, por exemplo, houve 17.926 mortes no período analisado (28,06% do
total). Entre motociclistas, já foram 13.981 óbitos (21,89% do total), enquanto
outros 13.933 pedestres (21,81% do total de vítimas em acidentes de transporte)
perderam suas vidas no mesmo período.
Comparando-se os números de 2001 (quando houve
2.532 mortes em acidentes de transporte no Paraná) com os de 2022 (2.551
falecimentos), contudo, é possível extrair algumas informações interessantes.
Por exemplo, que as mortes de pedestres e
ciclistas tiveram quedas de 38% e 16% entre o primeiro e último ano, bem como
os falecimentos em outros acidentes de transpore terrestre (como os acidentes
em ferrovias) recuaram quase 69%.
Por outro lado, as mortes de motociclistas (+181%)
e de ocupantes de automóvel (+50%) tiveram altas expressivas.
Vida no
trânsito — O Paraná tem Programa Vida no Trânsito (PVT) como objetivo
promover intervenções efetivas com foco na prevenção para redução das mortes e
feridos graves, segurança das vias e dos veículos, comportamento dos usuários e
também dos serviços de emergência.
Atualmente, 14 municípios já implantaram o
programa: Curitiba, Araucária, Campo Mourão, Cascavel, Foz do Iguaçu, Francisco
Beltrão, Maringá, Londrina, Paranaguá, Paranavaí, Ponta Grossa, São José dos
Pinhais, Toledo e Umuarama.
Vítimas
Jovens
Tabém foram tabuladas a faixa etária das vítimas
de acidentes de transporte terrestre. E os dados apontam que quem mais morre
nas vias paranaenses são principalmente jovens: das 63.878 mortes registradas
entre 2001 e 2022, 23,9% tiveram jovens com idade entre 20 e 29 anos como
vítimas; 18,4% envolveram pessoas com idade entre 30 e 39 anos; e 16%, pessoas
com 40 a 49 anos.
Mais uma vez,
comparando-se os registros de 2001 com os de 2022, é possível verificar que
houve uma redução expressiva nas mortes de crianças, adolescentes e adultos com
até 19 anos de idade, que passaram de 372 no começo do século para 189 no ano
mais recente (uma variação de -49,2%).
Além disso, também houve
queda de 11,2% nas mortes de pessoas com 30 a 39 anos.
Fonte: Bem Paraná