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Rádio Costa Oeste
O Costa Oeste News realizou entrevista com Denise Bauer Scheffer, candidata à reeleição para o Conselho Tutelar de São Miguel do Iguaçu. Nesta entrevista franca, Denise compartilhou as motivações, ideias e planos para continuar contribuindo com a proteção das crianças e adolescentes da comunidade.
Ao ser questionada sobre a motivação para buscar a reeleição como conselheira tutelar, Denise respondeu com entusiasmo: "Eu sempre gostei de trabalhar com gente, com pessoas, e eu sempre gostei dessa área social. Quando voltei para São Miguel, uma prima minha que trabalhou no conselho tutelar durante muitos anos falou que eu tinha tudo a ver com isso, e aí eu me candidatei, me elegi a primeira vez e me apaixonei pelo trabalho. Minha grande motivação é ajudar cada dia mais essas famílias."
Em relação à abordagem de situações de abuso infantil e negligência, Denise destacou a escuta especializada e encaminhamentos para a rede de proteção. Ela enfatizou: "Falar de violência, todas elas são muito difíceis, mas a violência sexual é uma das maiores, e eu acho que a mais difícil também. Hoje a nossa abordagem envolve acolher a criança, fornecer escuta especializada e encaminhar para nossa rede de proteção. Hoje ela é atuante, e a gente tenta minimizar o máximo possível o sofrimento dessa criança ou de um adolescente que seja."
Quanto à melhoria na comunicação e cooperação entre o Conselho Tutelar, escolas e outras instituições, Denise ressaltou que essa comunicação já vem melhorando progressivamente e que é essencial que a sociedade compreenda o papel do conselho como um órgão de proteção, não punitivo. Ela afirmou: "O que eu vejo, desde que eu entrei, é que cada dia mais, essa comunicação vem melhorando. Ela já é muito boa, a gente consegue hoje que as escolas nos informem. Acontece qualquer coisa diferente que eles tenham suspeita de alguma coisa, então a escola nos comunica, hoje o que precisamos para melhorar um pouco é que a sociedade nos enxergue como um órgão de proteção, não punitivo. Já melhorou bastante."
Sobre o envolvimento de pais e responsáveis na proteção das crianças, Denise enfatizou as palestras e estar presente na comunidade para mostrar o trabalho do Conselho Tutelar, tornando-o mais conhecido e compreendido pela população. Ela afirmou: "Eu acho que quanto mais a gente fizer palestras, quanto mais a gente estiver na comunidade, demonstrando o que é o nosso trabalho, melhor. A rádio é um grande meio de conhecerem o nosso trabalho."
Quando questionada sobre como combater casos de bullying e violência entre crianças e adolescentes, Denise defendeu a prevenção e a conscientização, especialmente por meio de palestras para destacar o impacto das ações no bem-estar dos outros. Ela explicou: "É uma violência muito difícil de se responsabilizar. Eu acho que é muito mais pela prevenção, muito mais pelo esclarecimento dos pais, de quanto isso machuca o outro. Eu acho que é muito mais buscando nesse sentido. Talvez fazendo palestras para conscientizar o outro de quanto a sua ação pode afetar a vida da outra pessoa."
No que diz respeito aos direitos das crianças com deficiência, Denise ressaltou que todos os direitos devem ser respeitados, e caso haja problemas com atendimento, os pais podem procurar o Conselho Tutelar para buscar soluções. Ela afirmou: "Nosso dever é garantir o direito de todas as crianças, claro que as crianças com deficiência, elas têm que ser respeitadas, elas têm que ter respaldo sim, mas como todas as outras crianças. Se existem dificuldades em algum atendimento, seja deficiente ou não, eles que nos procurem. Tem casos que às vezes o Estado é negligente ou em alguma situação acaba violando algum direito, a gente pode até chegar ao Ministério Público, procurar que seja cumprido esse direito."
Em relação aos casos de abuso de substâncias por parte de pais ou responsáveis, Denise apontou a necessidade de encaminhar casos graves para o órgão de referência para atendimento de drogas e, em alguns casos extremos, afastar o agressor do convívio familiar. Ela explicou: "O que mais chega ao nosso conhecimento é que hoje as drogas ilícitas que a nossa sociedade aceita e que estão em qualquer casa, como a bebida alcoólica, ela é a porta de entrada de outras drogas. Isso acaba afetando toda uma família e, assim, o que nós fazemos aqui, quando o Conselho Tutelar identifica casos graves, encaminha para atendimento pelo Caps, que é hoje o órgão de referência para atendimento de drogas. É claro que tem alguns extremos em que a gente tem que afastar o agressor da casa."
Sobre educação sexual nas escolas, Denise destacou que a responsabilidade começa em casa, mas a escola também desempenha um papel importante por meio de palestras direcionadas a diferentes faixas etárias. Ela ressaltou: "Eu acho que a educação sexual, a gente tem que começar em casa. Nós, como os pais, somos a proteção deles primeiramente, e nós temos que ensinar a eles como se proteger, identificar o agressor, onde pode e não pode. Como é que nós vamos proteger se nós não ensinarmos nossos filhos? O primeiro passo é dos pais, depois a escola, claro, com algumas palestras direcionadas a cada faixa etária. Nós temos o 18 de Maio, que foi um grande evento este ano, e as crianças ficaram encantadas. Se nós não educarmos os nossos filhos, se nós não orientarmos eles, serão vítimas, com certeza."
Por fim, Denise concluiu a entrevista enfatizando o maior desafio que o Conselho Tutelar enfrenta: "A gente tem alguns, eu acho que até meus colegas já falaram, é a demanda, que cada dia ela aumenta mais. A sociedade nos enxerga como um órgão protetivo e não punitivo, mas eu acho que a maior dificuldade é conseguir realizar o nosso trabalho, conseguir zelar pelo direito. O artigo 131 do ECA diz que devemos zelar pelo direito das crianças e adolescentes."
Fonte: Costa Oeste News