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Rádio Costa Oeste
O Costa Oeste News realizou uma entrevista com Priscila Guilherme, mais uma candidata ao Conselho Tutelar de São Miguel do Iguaçu. Ela falou sobre a motivação para se candidatar ao cargo de conselheira tutelar, como ela acredita que pode contribuir com a comunidade, como ela planeja lidar com situações de abuso infantil e negligência, como ela pretende trabalhar em cooperação com o Conselho Tutelar, escola, entidades e pessoas ligadas, e qual a abordagem para lidar com casos de bullying e violência entre crianças e adolescentes.
Priscila Guilherme tem 30 anos, é casada, mãe do Murilo e da Isabel, é nascida em São Miguel do Iguaçu, tem formação no magistério há mais de 14 anos, é graduada em serviço social, tem curso de especialização em escuta especializada, que é o sistema de garantia da criança e do adolescente que foram vítimas de abuso sexual, é coordenadora do ministério infantil da igreja Voa em São Miguel do Iguaçu e trabalha em um colégio estadual há mais de dois anos.
Ela contou que a grande motivação foi quando ela iniciou o curso de serviço social, que ali ela se deparou com as questões sociais, com as vulnerabilidades das crianças e dos adolescentes. “Então me despertou um desejo de estar fazendo parte desse órgão tão importante na nossa cidade e eu quero colocar em prática tudo aquilo que eu aprendi lá e toda minha experiência”, disse.
Sobre como ela planeja lidar com situações de abuso infantil e negligência para garantir o bem-estar das crianças, ela afirmou que o abuso é um crime que não afeta só o físico da criança e do adolescente, mas o emocional, o psicológico e muitos casos infelizmente se passam despercebidos. “Porque a criança, ela tem medo de falar, ela tem a vergonha de falar. Hoje a gente já tem a escuta especializada aqui no nosso município que é feito por uma profissional, mas eu acredito que ao meu ver, não só tem que ficar com uma pessoa, eu acho que todos os profissionais da educação, os profissionais da rede de proteção têm que ter essa capacitação, porque a criança ela às vezes ela não sente a afinidade ou a vontade de desabafar com uma pessoa, mas ela tá lá na escola, ela tá com a professora dentro da sala de aula, ela conversa com a cozinheira e às vezes ela quer desabafar com elas e esse profissional não é capacitado é o ponto de acolher essa criança de como ouvir essa criança. Então eu acredito que essa é a primeira coisa precisa capacitar mais pessoas para ouvir essas crianças e depois a gente tomar as outras medidas”, explicou.
Ela falou sobre como pretende trabalhar em cooperação com o Conselho Tutelar, escola, entidades e pessoas ligadas. “Eu vejo a importância que é ter a necessidade que é ter essa ligação com o Conselho Tutelar. A gente precisa ter um conselho tutelar participativo, mais ativo nas escolas ou nas entidades… tem uma frase que a gente fala lá na escola, que não se faz escola sem a família. Então não se faz Conselho Tutelar sem a família, sem as entidades, sem as escolas é uma junção, a gente precisa disso. A gente precisa intensificar ali troca de informação, ter reuniões regulares”, disse.
A candidata comentou sobre qual a abordagem para lidar com casos de bullying e violência entre crianças e adolescentes. “O bullying ele é um crime mais comum que existe nas escolas, a gente lida quase diariamente com isso, e eu vejo como que é importante a gente garantir a segurança dessas crianças ali dentro. Então a gente precisa sim, é ter programas de prevenção ao bullying, a gente precisa envolver os pais e trazer mais orientações para os professores, de como lidar com isso, de como acolher essa criança que está sofrendo bullying, de como agir com a criança que está fazendo bullying”, afirmou.
Ela contou que hoje nós temos a lei da inclusão, a gente tem a constituição também fala que é direito para todas as crianças sem discriminação. “Acho que a gente precisa colocar só em prática aquilo que já está. A gente precisa envolver a família desse deficiente, principalmente a sociedade, a gente precisa criar uma cultura de inclusão e de igualdade”, disse.
Sobre como lidar com casos de abuso de substâncias por parte dos pais ou responsáveis, ela afirmou que isso não afeta só a pessoa que está usando as substâncias, mas afeta muito a criança e adolescente que estão nesse lar. “Então a primeira coisa que a gente deve fazer, é garantir a segurança deles. A primeira coisa é pensar na criança e adolescente. Segunda coisa, eu vou encaminhar esse responsável, a gente tem o CAPS aqui em São Miguel, um órgão responsável para esse tratamento, é precisa acompanhar essa família mais de perto, então a gente vai tomando cada casa as suas medidas cabíveis”, explicou.
Ela também falou sobre educação sexual nas escolas e o que ela pretende fazer para apoiar programas nesse sentido. “Mais de 76% dos casos de abuso aqui no Brasil, eles foram acontecer com crianças abusadas dentro das suas próprias casas, então é um assunto que a gente não pode deixar somente para família, a gente tem que ter esse assunto dentro das escolas, primeiro a gente precisa romper com a mentalidade de que educação sexual, ela não tá ali para ensinar uma relação sexual, ensinar gênero sexual, ela é um ensino que vai ensinar, a criança se amar, a criança identificar o agressor, a criança identificar o que é abuso, porque hoje existe vários tipos de abuso, então isso que é o ensino sexual. A gente precisa trazer capacitação para esses profissionais que vão estar ali à frente desse assunto nessas escolas. A gente entende que cada criança cada faixa etária tem o seu conteúdo”, disse.
Por fim, ela comentou sobre como sensibilizar a nossa sociedade sobre os direitos das crianças e as responsabilidades do Conselho Tutelar. “Hoje a gente tem as mídias sociais, não estou falando aqui sobre divulgar os casos, porque isso a gente não pode. Mas eu acredito que a gente criar vídeos educativos, explicando o direito da criança e do adolescente, é a gente explicando qual é a função do Conselho Tutelar promover palestra, promover workshops, hoje a gente tem a rádio aqui né que dá para ter esse entrosamento de vim falar o conselho faz isso, faz aquilo, é trazer mostrar para a sociedade, O que é o conselho”, afirmou.
Fonte: Costa Oeste News