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Rádio Costa Oeste
O Costa Oeste News encerra a rodada de entrevistas com os 10 candidatos ao cargo de conselho Tutelar de São Miguel do Iguaçu. Para finalizar, a nossa entrevistada é Viviane França, que tem 38 anos, é casada com Ronaldo Silva (Pereirão), tem quatro filhos e é filha de José Mendes e Zilda Gonçalves França. Ela é agente de apoio no colégio Parigot e também trabalha com jovens na igreja de Jesus.
Viviane nos contou qual é a motivação para se candidatar ao cargo de conselheira Tutelar e como ela acredita que pode contribuir com a comunidade. “A minha maior motivação é que eu amo vidas e amo trabalhar com crianças e adolescentes. Vi a necessidade de ser uma autoridade para defender as crianças e o adolescente. Eu sei que a comunidade, as escolas, igrejas, fazem um papel muito importante na sociedade. Mas eu vi que não era suficiente, então eu decidi me candidatar conselheira Tutelar”, explicou.
Ela também falou sobre como ela planeja lidar com situações de abuso infantil e negligência para garantir o bem-estar das nossas crianças. “Nós vamos ter uma capacitação por esses dias e creio que vamos planejar, lidar com muitas situações, inclusive essa de abuso e negligência. O abuso sexual a gente sabe que é crime e não é só o abuso sexual como a violência física, emocional, que trazem traumas pra vida da criança e do adolescente. Porque a gente sabe que trabalhando em escola, nas igrejas, a gente vê as necessidades para lidar com essas situações. E eu sei que nós candidatos a conselheiros tendo essa capacitação, nós vamos conseguir”, afirmou.
Viviane explicou o que ela pretende fazer para melhorar a comunicação entre Conselho Tutelar, escola e entidades. “Sabemos que temos uma rede de apoio grande na nossa cidade, mas para melhorar as ideias e comunicações vamos ter que trabalhar em conjunto, com os conselheiros eleitos. Teremos que entrar num consenso para melhorar e mudar essas ideias”, disse.
A candidata revelou como pretende envolver pais e responsáveis neste processo de proteção das nossas crianças. “A proteção é dever de todos, mas o dever maior é da família. A família é base de tudo, vemos na prática que sem a base tudo desmorona. Principalmente na infância, temos que trabalhar na família oferecendo apoio para o bem-estar das crianças e dos adolescentes”, justificou.
França compartilha como planeja garantir os direitos das crianças com deficiência para que eles sejam respeitados. “Todas as crianças e adolescentes têm os seus direitos e deveres, mas existem leis que amparam. E temos que fazer valer essas leis. A lei da Constituição, da inclusão, do ECA, mas uma eu quero ressaltar, a lei da acessibilidade. Como eu trabalho como agente de apoio com crianças especiais, eu vejo que não temos acessibilidade em muitas escolas aqui da nossa cidade e nós precisamos lutar por esses direitos para as crianças com deficiência. As crianças não têm essa acessibilidade e é muito difícil para eles. E eu como agente de apoio vejo a dificuldade que essas crianças têm. Nós temos também que ter intérpretes de libras aqui na nossa cidade, porque vocês não têm ideia de quantos surdos nós temos e adolescentes principalmente. Então precisa de uma rede de apoio juntamente com o Conselho Tutelar. E o Conselho Tutelar consegue sim, ajudar nessa estrutura que a criança precisa”, enfatizou.
Viviane esclareceu como pretende lidar com casos de abuso de substâncias por parte de pais e responsáveis. “Eu já fumei há 14 anos atrás, e eu tenho quatro filhos. E eu pensei muito bem e falei: meu Deus, será que é isso que eu quero para meus filhos? Acabei parando. Hoje meus filhos são adolescentes, a gente sabe o quanto é difícil colocar isso em prática. Porque não é fácil. E sabemos que quando existe substância pode romper um laço afetivo e muitas vezes colocar a criança numa situação de risco, como eu estava colocando. Temos que orientar o pai, o responsável a buscar ajuda para o bem-estar da criança e do adolescente”, disse.
Ela também nos explicou como planeja apoiar programas educacionais com relação à educação sexual nas escolas. “A gente sabe que é o dever da família orientar a criança e o adolescente sobre esse assunto, só que vemos que está distorcido tudo isso. A criança é abusada em casa e a escola que escuta e ensina. Por isso temos que orientar as crianças sim. Sabemos que a escola vai ensinar realmente a matéria, mas precisamos colocar a educação sexual nas escolas conforme a faixa etária de cada aluno”, contou.
Viviane afirmou que busca envolver a comunidade sobre os direitos da criança e as responsabilidades do Conselho Tutelar. “Podemos usar as redes sociais, fazendo palestras, entregando o ECA em mãos para leitura. Eu não sei te dizer o desafio, mas eu creio que a demanda é grande aqui na nossa cidade. E por não ser um órgão governamental deve ter muitas dificuldades, tipo fila de espera nas redes de apoio. Então a gente precisa conscientizar os pais com essa situação de apresentar o ECA para eles”, esclareceu.
Por fim, ela nos contou qual é o maior desafio que ela considera enfrentado pelo Conselho Tutelar. “O Conselho Tutelar não é governamental, mas eu acho que a gente vai enfrentar muitos desafios. Como eu falei não sou uma conselheira atuante, mas eu quero estar lá para fazer valer os direitos das crianças e dos adolescentes”, afirmou.
Fonte: Costa Oeste News