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Rádio Costa Oeste
Os 43,9 mil eleitores da fronteiriça de Puerto Iguazú estão indo às urnas, neste domingo (22), para o primeiro turno das eleições gerais na Argentina. Em agosto, nas eleições primárias que definiram os atuais concorrentes na disputa pela presidência, o economista Javier Milei (La Libertad Avanza) obteve mais da metade da preferência na cidade.
Conforme os dados, 64% dos eleitores participaram das primárias em Puerto Iguazú. Do total de votos válidos, 52,3% foram para Javier Milei, com 22,2% para a coligação governista Unión por la Patria, que postula o ministro da Economia, Sergio Massa; e 19,8% para a Juntos por el Cambio, de Patricia Bullrich.
Na província de Misiones, que teve 66% de comparecimento do eleitorado, o resultado das primárias foi de 43% para Milei, 27,1% para o grupo de Sergio Massa e 19% para a coligação de Patricia Bullrich. Nacionalmente, Milei obteve 30% dos votos, com 28% para a chapa Juntos por el Cambio e 27% para a governista Unión por la Patria.
Pesquisas de intenção de voto, divulgadas até o último sábado (14), indicavam pouca alteração no cenário, com manutenção da preferência por Milei, crescimento de Sergio Massa devido à maior exposição da candidatura governista e ligeira desidratação de Patricia Bullrich, que tem eleitorado mais forte na capital, Buenos Aires.
A legislação eleitoral argentina prevê duas hipóteses de vitória em primeiro turno: se o primeiro colocado superar 45% da preferência, independentemente da distância para os demais concorrentes; ou se fizer 40% dos votos, desde que com pelo menos dez pontos percentuais de diferença em relação ao segundo colocado.
Incerteza
Apesar do voto majoritário em Milei nas primárias, uma eventual vitória do candidato que afirma ser “antissistema” gera incerteza em representantes do comércio e do turismo em Puerto Iguazú, em razão de propostas radicais como dolarizar a economia, abandonar o Mercosul e privatizar os sistemas públicos de educação e saúde.
A adoção do dólar estadunidense como moeda, por exemplo, pode ressuscitar o cenário de “cidade fantasma” da década de 1990, quando a paridade peso-dólar deixou a Argentina cara para brasileiros e paraguaios, levando parte do comércio local à falência e fazendo com que até mesmo turistas argentinos preferissem ficar em Foz do Iguaçu.
Por outro lado, a ausência de base própria no Congresso Nacional faz com que muitas das propostas apresentadas por Milei durante a campanha sejam politicamente inviáveis.
Fonte: H2FOZ