106,5 FM
Rádio Costa Oeste
O último mês do ano é marcado por uma campanha de grande importância de âmbito nacional e internacional, que é a de conscientização sobre o HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST), denominando a Campanha Dezembro Vermelho. A Polícia Penal do Paraná (PPPR), através de suas regionais administrativas por todo o estado, está realizando uma série de ações neste mês, como simpósios, coletas de testes rápidos e de outros materiais para diagnósticos de sífilis e hepatite, além de atividades de divulgação de informações sobre o assunto.
É importante destacar que ter HIV não é o mesmo que ter AIDS, pois há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. O vírus pode ser transmitido por relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação, quando não são tomadas as devidas medidas de prevenção. Por isso é essencial a proteção em todas as situações citadas e fazer regularmente o exame.
“Em todos os meses do ano, a PPPR tem participado de vários trabalhos de importância no que diz respeito a conscientização em vários segmentos. Embora seja uma política permanente da segurança pública, a conscientização de nossos servidores e de todos aqueles que com eles se relacionam sobre a questão do HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis é realizada dentro do Dezembro Vermelho, a exemplo de outras campanhas específicas em outros meses. A realização de rodas de conscientização, simpósios e palestras são importantes pois trata-se de um tema sensível que diz respeito aos nossos profissionais e também as mais de 35 mil pessoas privadas de liberdade. É um tema sempre atual, importante e que merece a devida atenção. Vemos com muito bons olhos a orientação que acontece dentro da instituição que tem se tornado imensa, que é a nossa Polícia Penal do Paraná, pela responsabilidade que tem não apenas com seus trabalhadores mas também com os custodiados”, destaca o diretor-adjunto da Polícia Penal do Paraná, Maurício Ferracini.
Na regional administrativa da PPPR em Londrina, no início do mês, o setor de enfermagem penal participou do 3º simpósio de HIV-AIDS no Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina (UEL) apresentando dados epidemiológicos, rotinas de trabalho e de tratamentos. Atualmente, a Penitenciária Estadual de Londrina I (PEL I) é a única unidade da região que faz o teste rápido das IST para as pessoas privadas de liberdade, e o faz logo no momento da chegada à unidade. O teste rápido é realizado a partir da coleta de uma gota de sangue retirada da ponta do dedo, é gratuito e realizado de maneira sigilosa. O resultado é liberado em torno de 30 minutos, sem necessidade de pedido médico.
“Todos os PPLs são testados no momento de entrada na unidade e o índice de sífilis é muito grande. Já na triagem são feitos questionamentos, como por exemplo, se o apenado possui alguma lesão nos órgãos genitais, o que reflete em uma averiguação mais aprofundada para cuidado desta pessoa”, destaca a enfermeira da Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão (PEFB), Maria Tereza Techy.
Na Cadeia Pública de Dois Vizinhos, foi realizado um mutirão em parceria com a Estratégia de Saúde da Família (ESF) do município, em que foram feitos testes rápidos em todas as PPLs da unidade, além de orientações sobre o tema.
Na Cadeia Pública de Corbélia (CPCORB), pertencente à regional administrativa da PPPR em Cascavel, a coleta de material para detecção de sífilis é feita regularmente. A ação é feita em parceria com a rede de saúde do município e, neste mês, examinou 16 mulheres privadas de liberdade. A CPCORB conta ainda com atendimento médico todas as quintas-feiras e faz acompanhamento e encaminhamento de custodiados sempre que necessário ao Centro Especializado de Doenças Infecto Parasitárias (CEDIP), em Cascavel, para darem sequência ao tratamento das IST identificadas.
Na Cadeia Pública de Goioerê, que pertence à regional administrativa da PPPR em Umuarama, além das 78 amostras coletadas de apenados, mais nove servidores também se interessaram em fazer o teste. A ação detectou 29% de infecções sexualmente transmissíveis tratáveis a partir da coleta.
HIV e AIDS - De acordo com o Ministério da Saúde, a AIDS é a doença causada pela infecção do vírus da Imunodeficiência Humana (HIV, na sigla em inglês). Esse vírus ataca o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de doenças, tendo os linfócitos T CD4+ como as células mais atingidas. O vírus é capaz de alterar o DNA dessa célula, fazer cópias de si mesmo e, depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.
No mês de dezembro, é lembrada a importância da desmistificação dos preconceitos em relação à AIDS e destacado o avanço da ciência que permite que os portadores do vírus tenham uma vida normal e destaca-se a importância da instrução social sobre o tema para evitar a transmissão e garantir aos portadores condições dignas de vida. O senador Randolfe Rodrigues foi autor do PLS 380/2013 que torna obrigatória a preservação do sigilo sobre a condição da pessoa que vive com o vírus da imunodeficiência humana, sancionado em janeiro de 2022.
Fonte: DEPEN