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Rádio Costa Oeste
Para muitas pessoas, os fogos de artifício são sinônimo de alegria e comemoração, mas para tutores de cães e gatos os rojões podem significar problemas.
Por terem uma audição mais sensível, o barulho dos fogos de artifício pode causar várias complicações físicas e psicológicas aos animais. Entenda abaixo como prevenir esses problemas.
“Eles ficam extremamente agitados, parecem até mesmo que vão ter um infarto. Eles são como nossos filhos. Eu deito junto com eles para tentar acalmar e evitar o estresse”, afirma Evandro Xavier, tutor dos cães Hatt, Dominique, Bella e Maria Alice.
O medo dos fogos não é algo exclusivo dos cachorros. Tutores de gatos também relatam que os bichanos ficam com medo ao escutar os rojões.
“Eles se assustam e se escondem nas caminhas ou embaixo da cama. Eu deixo todas as janelas fechadas, para tentar reduzir um pouco do barulho, e coloco as caixas de papelão que eles brincam para tentar acalmar”, conta Tânia Lee, tutora dos gatos Cadu, Noah, Amora, Clara, Lunna, Raphaela, Bernardo e Joaquim.
A explicação para esses problemas está na audição. Os animais têm esse sentido mais sensível a sons altos.
“Animais tem a audição mais apurada, isso traz grandes benefícios para sua sobrevivência. O pavilhão auricular, que é a parte visível do ouvido, dos animais é mais desenvolvido e tem a capacidade de movimentar e funcionar como um 'radar' ajudando a coletar sons do ambiente e direcioná-los para o canal auditivo. O canal auditivo deles é mais longo do que nos humanos, o que ajuda a amplificar os sons e torná-los mais audíveis“. Explica o veterinário cardiologista Guilherme Aquino.
Enquanto humanos ouvem frequências de até 20.000 Hz, os cães escutam frequências de até 40.000 Hz. Gatos conseguem ouvir até 65.000 Hz. Por ouvirem melhor, o som alto dos fogos causa reações físicas e psicológicas nos animais.
“As principais reações físicas são relacionadas ao comportamento de medo e fuga e é nesse momento que pode acontecer os acidentes. Esses momentos podem gerar traumas psicológicos também ao gera um medo recorrente e crônico sempre que ele escutar sons de alta intensidade. Eles demonstram com choro, latidos, miados, ficam inquietos, olhares buscando locais para fuga, tremores e podem pedir colo”, explica o veterinário.
Por terem a audição mais aguçada, os problemas causados em gatos e cachorros são bem semelhantes. As orientações para proteger os pets destes problemas também são parecidas.
“Não deixar eles presos em coleiras, não deixar em locais que eles possam tentar pular ou sair na hora do medo como portas de vidro, janelas sem proteção e portões e melhorar ao máximo o isolamento acústico. Também é recomendado estar com eles no momento de fogos e transmitir segurança com suas falas e atitudes”, orienta o veterinário Guilherme Aquino.
Fonte: G1