O secretário de agricultura do Paraná, Norberto Ortigara, está presente no Show Rural Coopavel, que acontece de 5 e 9 de fevereiro, em Cascavel. Em entrevista, ele relatou as principais preocupações dos produtores rurais do estado, que enfrentam um cenário de perda de safra e preços baixos para boa parte da produção.

Ortigara também comentou sobre as reuniões que teve com os ministros do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, e da Agricultura, Carlos Fávaro, para tratar de questões estratégicas para o setor, como a regularização das terras indígenas, o planejamento do plano safra 2024/25 e a melhoria da infraestrutura para apoiar o crescimento consistente do agronegócio.

O secretário ainda mencionou a greve dos agricultores europeus, que protestam contra a possibilidade de um acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, e o impacto que isso poderia ter nas vendas brasileiras. Ele defendeu que o Brasil busque acordos bilaterais com outros países, abrindo novos mercados para a produção agropecuária.

“De alguma forma eles estão incomodados sim, com a possibilidade que se discute há mais de 20 anos de ser assinado um acordo União Europeia-Mercosul, fazendo o vai e vem de alimentos. Aquilo que nós somos mais competentes, aquilo que eles são mais competentes que nós ou tem mais qualidade eventualmente. Eles estão incomodados porque nós crescemos, nós qualificamos, nós ficamos grandes em cerca de 40 cadeias do agronegócio e isso expõe eles a risco”, justificou Ortigara.

Sobre o período de plantio, o secretário avaliou que a safra de soja foi atípica, com um ciclo encurtado e uma quebra de 12%. Ele afirmou que os produtores estão acelerando o processo de semeadura do milho-safrinha, que pode compensar as perdas da primeira safra. Ele estimou que o Paraná possa colher cerca de 14 milhões de toneladas de milho na segunda safra, se as condições climáticas forem favoráveis.

“A safra de soja ela deu uma atropelada, o ciclo foi encurtado em 15 a 18 dias. Estamos hoje com já com 25% da nossa área colhida, é muito fora do normal, nunca no dia 6, 7 de fevereiro, tivemos tanta colheita como estamos tendo esse ano, com um nível de quebra, bastante elevado aí já de 12%. Ato contínuo, nós estamos acelerados no processo de semeadura do Milho-safrinha. Já passamos aí de 32, 33% coisa que a gente não nunca conseguia fazer, no começo de fevereiro. Se houver boa condição de umidade, a temperatura for um pouco mais camarada, certamente vamos conseguir aqui no Paraná, por exemplo, suprir o que perdemos o que deixamos de plantar na primavera colhendo aí uma safra por volta de 14 milhões de toneladas de milho na segunda Safra”, afirmou Ortigara.

Fonte: Costa Oeste News