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Rádio Costa Oeste
Nos últimos anos, as carnes de laboratório têm se popularizado no campo da ciência e também no mercado. Nos Estados Unidos, frangos completamente produzidos por cientistas já chegaram a restaurantes. Além disso, países como Israel e Singapura também aprovaram iniciativas semelhantes.
Agora, os coreanos deram um passo à frente. Eles criaram um alimento que combina arroz com células de músculo e gordura bovina, tanto em nutrientes quanto em sabor – descrito como azedo pelos cientistas. O preparo é simples, como o do arroz comum. A produção foi descrita em artigo científico e publicada na revista Matter recentemente.
Como é o arroz híbrido com carne bovina
O processo é semelhante ao do desenvolvimento de carnes de laboratório, em que se usam células criadas por cientistas, e não de animais, como de costume. Contudo, para este novo produto híbrido, os pesquisadores utilizaram o arroz como estrutura base para fazer crescer as células bovinas.
Inicialmente, a equipe tentou fazer isso inserindo células de gordura e músculo de bois diretamente nas fendas porosas de um arroz, mas a mistura não funcionou. Então, os pesquisadores revestiram o grão com gelatina de peixe e transglutaminase microbiana, um aditivo alimentar. Dessa forma, perceberam melhora na aderência e o crescimento das células bovinas.
Depois da aplicação, o alimento fica em um meio de crescimento por cerca de uma semana. Após o período, está pronto para consumo.
Segundo os pesquisadores, o resultado é um arroz mais firme e azedo, com conteúdo nutricional parcialmente diferente. Em geral, uma porção de 100 gramas do arroz híbrido contém 0,01 gramas a mais de gordura e 0,31 gramas a mais de proteína, uma mudança de 7% e 9%, respectivamente.
No entanto, a ideia é melhorar ainda mais o quadro de nutrientes, aumentando a porção de gordura e proteína do arroz para que o alimento seja mais nutritivo. Porém, há desafios: os cientistas relatam dificuldade aumentar a nutrição e manter o valor do arroz híbrido comerciável.
Alternativa alimentar
A ideia é que o alimento seja uma alternativa barata e nutritiva, que possa ser usada como suplemento para comunidades com insegurança alimentar ou para alimentar tropas, dizem os pesquisadores.
Além disso, com a produção em laboratório, eles esperam reduzir o impacto ambiental da criação de gado para carne bovina. De acordo com os cientistas, encontrar alternativas de proteínas para diminuir a produção convencional de carne é “uma das coisas mais importantes enfrentadas pelo futuro da raça humana”.
Fonte: gizmodo