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Rádio Costa Oeste
O Conselho Regional de Medicina de Paraná (CRM-PR) puniu a médica Carolina Fernandes Biscaia com a chamada 'censura pública' por anunciar especialidades que não possui. A decisão foi publicada na segunda-feira (18) e refere-se a um processo que o órgão não repassou detalhes.
A punição na prática, conforme o CRM, tem por objetivo tornar pública a infração ética cometida pela médica.
Em consulta ao site do CRM, através dos números de registro profissional da médica no Paraná e em São Paulo, não são encontradas especialidades atribuídas à Carolina. Nas redes sociais, a médica afirmava ser dermatologista.
Carolina é investigada por suspeita de emitir laudos falsos de câncer de pele e indicar cirurgias desnecessários aos pacientes com valores entre R$ 3 mil e R$ 13 mil, segundo a Polícia Civil de Pato Branco, no sudoeste do Paraná, onde a médica atua. Veja mais detalhes abaixo.
O g1 tenta contato com a defesa.
O artigo V do decreto de lei de úmero 4.113, que regula a propaganda de médicos, afirma que é proibido ao profissionais informar "especialidade ainda não admitida pelo ensino médico, ou que não tenha tido a sanção das sociedades médicas".
A censura pública do CRM afirma que as infrações cometidas pela médica são referentes a:
Desobedecer acórdãos e resoluções dos Conselhos Regionais de Medicina e desrespeitá-los;
Anunciar títulos científicos que não possa comprovar e especialidade ou área de atuação para a a qual não esteja qualificado e registrado no Conselho Regional de Medicina.
Sobre a investigação em curso, o CRM se resumiu a dizer que o órgão instaurou processo sindicante, que está em andamento.
Veja a íntegra a seguir.
Laudos falsos de câncer de pele
O processo mais recente apurado pelo CRM e envolvendo a médica Carolina Biscaia está relacionado à suspeita de emissão de laudos falsos de câncer de pele e recomendação de cirurgias desnecessárias.
Conforme o delegado Helder Andrade Lauria, nas consultas a médica examinava pintas e manchas dos pacientes e afirmava que algumas delas poderiam ser cancerígenas.
Na sequência, ela fazia retirada de material e encaminhava para um laboratório. Na reconsulta, ela apresentava ao paciente um laudo aparentemente falso, com diagnóstico de câncer de pele.
Segundo as investigações, a médica, então, marcava o procedimento de ampliação de margens. A cirurgia era feita no próprio consultório dela e custava de R$ 3 a R$ 13 mil por paciente, segundo a polícia.
A investigação começou após duas pacientes, que se conheciam, comentarem uma com a outra que a médica não entregou a elas o laudo que indicava que elas tinham câncer de pele.
Umas das pacientes procurou o laboratório exigindo o exame. Ao receber o laudo original, ela descobriu a farsa e, assim, iniciaram as denúncias, segundo a polícia.
Médica foi alvo de busca e apreensão
Em 23 de fevereiro, após cinco denúncias formalizadas, a Polícia Civil realizou mandados de busca e apreensão na casa da médica.
No local foram apreendidos celulares, computadores e diversos laudos que, na sequência, foram encaminhados ao Instituto de Criminalística "para comprovar a falsificação", afirmou o delegado Helder.
Se comprovada a fraude, a médica poderá responder por crimes como estelionato e lesões corporais. Somadas as penas podem chegar a 6 anos de prisão.
Fonte: G1