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Peixe na merenda escolar gera otimismo na aquicultura do Paraná

Projeto de lei aprovado no ano passado garante pescado no prato dos mais de 1 milhão de estudantes da rede pública.

Peixe na merenda escolar gera otimismo na aquicultura do Paraná

A partir de março deste ano, a carne de peixe passou a fazer parte da merenda dos milhares de estudantes da rede estadual de ensino público. Isso porque, no final de 2023, a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) aprovou o Projeto de Lei (PL) 687/2019, de autoria do deputado estadual Luiz Fernando Guerra, que prevê a inclusão desta proteína nas refeições ao menos uma vez por semana.

A medida gerou otimismo na cadeia paranaense de aquicultura, que projeta um aumento dos negócios, envolvendo principalmente os pequenos produtores. Isso porque a nova legislação deve impactar 1 milhão de alunos matriculados na rede pública e 1,8 milhão de refeições servidas diariamente em todo o Estado.

“Em relação ao incremento no consumo, é muito positivo. Vejo inclusive uma possibilidade de atender pequenos produtores que poderiam vender pelo sistema de compra direta”, destaca o piscicultor e presidente da Comissão Técnica (CT) de Aquicultura do Sistema FAEP/SENAR-PR, Edmilson Zabott. “Antes de pensar nos detalhes de implantação do projeto, ouvi piscicultores e técnicos agrícolas, especialmente da região Sudoeste”, afirma o deputado Guerra, destacando a produção de truta realizada na cidade de Palmas.

Atualmente, a carne de peixe já faz parte da merenda dos estudantes da rede pública. Porém, até então, o consumo dependia da disponibilidade econômica do governo estadual. O Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (Fundepar), órgão responsável pelas aquisições de alimentos para a merenda escolar, adquire 600 toneladas de peixe por ano para atender a demanda.

“A nova lei vem abonar uma ação que já realizamos”, afirma Angelo Mortella, gerente do Departamento de Nutrição e Alimentação do Fundepar, referindo-se ao fato de que o peixe já faz parte do cardápio dos alunos.

Segundo o Fundepar, a aquisição do pescado para a merenda escolar será feita por meio de pregão eletrônico (sistema de ata de registro de preços). Ainda não é uma projeção da quantidade que será comprada para atender a nova lei.

Atualmente, o Paraná é o maior produtor nacional de peixes de cultivo do país. Em 2022 saíram dos tanques paranaenses 194,1 mil toneladas de pescado, sendo 187,8 mil toneladas de tilápia.

Benefícios

Os benefícios do peixe para a saúde são conhecidos. Quando se trata do público escolar, em pleno desenvolvimento físico e mental, essas benesses são ainda mais importantes. Além de grande número de vitaminas e minerais, os peixes também são ricos em ômega 3, uma gordura “boa”, capaz de controlar os níveis de colesterol e glicemia, além de prevenir doenças cardiovasculares e melhorar o desempenho mental.

“A adição da carne de peixe ao cardápio da merenda escolar é uma forma saudável de diversificar. O peixe é rico em proteínas de alta qualidade. A ingestão, mesmo que em pequena quantidade, reflete no desenvolvimento do cérebro das crianças, pois o alimento contém praticamente todos os aminoácidos essenciais”, destaca, em sua justificativa, o deputado estadual Guerra no projeto de lei.

Para o melhor uso de peixe na merenda escolar, Zabott alerta para a necessidade da capacitação das profissionais que preparam as refeições nas escolas. “A experiência que já tivemos [na região de Palotina] foi a dificuldade que as merendeiras ou cozinheiras têm em cozinhar pratos à base de tilápia. Muitas vezes não há equipamentos necessários nas cozinhas das escolas para preparar esses pratos”, observa.

Fonte: Faep

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