Gustavo João Ostrowski, 22 anos, sempre residiu em linha Sanga Natal, distrito de São Clemente em Santa Helena. Atualmente na Ucrânia, atua como soldado voluntário na guerra contra a Rússia, conflito que iniciou há alguns anos, mas que se intensificou em 2022/2023.

O repórter Rodrigo Cardoso, conversou com Ostrowski, que contou detalhes de sua trajetória até o país ucraniano. Sobre atuar como militar, Gustavo Ostrowski disse sempre ter o desejo de servir em outros países. “Eu sempre gostei do meio militar e sempre quis servir fora do país, quando fiz 18 anos servi o exército brasileiro e essa vontade só aumentou. Quando a guerra da Ucrânia começou eu já queria vir pra cá, mas não sabia como faria, então comecei a pesquisar sobre. Além da vontade de servir também tinha vontade de ajudar o país, ainda mais pelos ataques aos civis, mulheres e crianças”, relata.

Em março de 2022, o Ministério de Defesa ucraniano lançou um programa para recrutar estes voluntários para o seu exército, supervisionado pela Legião Internacional, foi onde surgiu a oportunidade para Ostrowski ingressar no exército da Ucrânia. Ele contou também com apoio e informações de um amigo. “Tinha um amigo que veio pra cá e ele me passou algumas informações, comprei a passagem e vim. Passei por um mês e meio de treinamento e ingressei na Legião Internacional, que é própria para os estrangeiros voluntários. Aí vim para o batalhão que estou até o momento”, diz.

Ostrowski comenta como faz para se comunicar com os demais colegas militares, já que a Legião Internacional possui voluntários de diversos países. “Aqui onde eu estou é um batalhão que na maioria dos soldados são do Brasil, Colômbia, alguns da Argentina e Espanha, onde a maioria fala espanhol ou português e alguns poucos falam inglês, o comandante é ucraniano. Tem um ucraniano que fala espanhol e inglês também e é o tradutor. Também tem a comunicação por rádio que é feita na guerra, mas geralmente é tudo em códigos, então aprendemos os códigos para quase tudo”, explica.

Os ataques da Rússia contra os ucranianos são registrados diariamente, seja contra os militares ucraniano bem como contra as cidades. O jovem santa-helenense conta seus maiores perigos. “Na guerra, o maior perigo são os drones e a artilharia, que são os morteiros e os blindados (tanque de guerra). Também a movimentação para chegar e sair das trincheiras ou chegar e sair do fronts, pois você está sem lugar para se esconder e carrega muito peso”.

 Mesmo atuando como voluntário para o exército ucraniano, Ostrowski recebe benefício (salário), cedido pelos Estados Unidos da América - EUA.

A guerra entre Rússia e Ucrânia é um dos principais conflitos armados na atualidade. Essa guerra modificou profundamente as relações entre as principais potências globais, sendo importante destacar que as tensões entre Rússia e Ucrânia datam de momentos históricos distintos e foram intensificadas nos últimos anos.

Uma das principais causas do conflito é a aproximação da Ucrânia com o Ocidente, tida pela Rússia como uma ameaça à sua soberania, e duas das principais consequências são o grande número de refugiados e os graves prejuízos financeiros.

Fonte: Costa Oeste 93