Foz do Iguaçu, terra das Cataratas, abriga um outro tesouro: bananeiras que produzem duas das variedades mais queridas pelos brasileiros, a prata e a caturra. Em meio a essa rica diversidade, o agricultor Carlos Sereni, da Linha Bananal, compartilha conosco os segredos do cultivo dessas frutas e os motivos que tornam cada uma delas tão especial.

“A banana caturra é a rainha por aqui, é disparada a mais consumida, e um dos motivos é o preço, cerca de 30 a 40% mais barato que a prata. Mas o costume da região também pesa muito. De São Paulo a Porto Alegre, a caturra é a preferida. Já do Rio de Janeiro para cima, a prata leva a melhor. Minas Gerais, Pernambuco, o Nordeste inteiro... lá é tudo prata. Aqui no Sul, a história é outra, a caturra reina por ser mais barata e ter um consumo muito maior”, explica.

Embora pareçam semelhantes, prata e caturra possuem características bem distintas. A prata, conhecida por sua durabilidade, agrada aos paladares mais exigentes com seu sabor adocicado. Já a caturra, mais saborosa, exige cuidados especiais no cultivo.

“A prata é uma banana mais doce e resistente, não apodrece tão rápido quanto a caturra. É uma delícia, mas leva mais tempo para amadurecer: cerca de 15 a 18 meses. A caturra, por sua vez, está pronta para a colheita em 10 a 12 meses no máximo”, detalha Carlos.

A renovação do bananal também exige cuidados específicos para cada variedade. “A caturra é mais delicada, tomba com mais facilidade com o vento. A prata é mais resistente, mas a gente precisa renovar periodicamente. Então vamos alternando as variedades”, explica o produtor.

E a preocupação com a sustentabilidade está presente em todas as etapas do cultivo. “Todas as nossas bananas são tratadas com as normas e práticas sustentáveis. Desde a lavagem com hipoclorito de sódio até o embalamento, tudo é feito de acordo com as orientações dos agrônomos”, finaliza Carlos.

A história de Carlos Sereni nos mostra que o cultivo de banana é muito mais do que plantar e colher. É um trabalho que exige conhecimento, dedicação e respeito à natureza, para que possamos saborear essa fruta tão versátil e nutritiva em todas as suas variedades.

Fonte: Costa Oeste News