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Rádio Costa Oeste
Na comunidade de Santa Rosa do Ocoí, Irene e Adilson decidiram investir em uma atividade pouco comum na região: a criação de cabritos. O casal, que trabalha na propriedade há anos, começou com a criação de cabras por necessidade, mas logo transformou o projeto em um negócio familiar. A experiência de superação e inovação deles serve de exemplo para outros pequenos produtores rurais que buscam alternativas sustentáveis para as propriedades.
A ideia de criar cabritos surgiu de uma situação pessoal de Irene, quando a filha nasceu e ela precisou de leite para alimentá-la. O vínculo familiar com a criação de cabras foi o ponto de partida para que ela e Adilson se aprofundassem na atividade. “Quando eu era pequena, meu pai já tinha tradição de ter sempre cabrito, ele era muito apaixonado pela carne”, relembra Irene. Motivados por essa história de família e pelo gosto pela carne de cabrito, o casal decidiu começar a criar a raça Boer, especializada em carne, o que trouxe novos desafios, principalmente pela falta de experiência com essa raça.
Nos primeiros anos, os desafios foram muitos. O casal precisou se adaptar a novos métodos de alimentação, já que a raça Boer não é produtora de leite. Irene explica que, inicialmente, ele teve que comprar uma vaca para alimentar os cabritos recém-nascidos. “Eu tive que comprar uma vaca para dar conta de alimentar os cabritos. No começo, uma vaca só não dava conta dos 22 cabritinhos que dependiam do leite", conta. Além disso, a falta de orientação técnica e a escassez de mão de obra na região dificultaram ainda mais o trabalho no campo. Mesmo assim, o casal seguiu em frente e conseguiu aumentar o rebanho, chegando a mais de 500 cabritos.
Com o tempo, a criação de cabritos foi se consolidando e a família viu uma oportunidade de diversificar a produção. Além do leite, que inicialmente era a principal fonte de renda, Irene e Adilson passaram a vender carne de cabrito. “A carne é de alta qualidade, pois os cabritos são 100% confinados”, diz Adilson, explicando que, apesar das dificuldades iniciais para encontrar compradores, hoje a carne já tem uma boa aceitação no mercado local. A experiência com a carne foi tão positiva que o casal começou a planejar a ampliação da produção, considerando até a construção de um frigorífico, embora a burocracia e as exigências legais ainda representem um desafio.
A grande ambição de Irene e Adilson é garantir que o legado da propriedade seja passado para os filhos, para que a atividade continue a prosperar. A filha do casal está se formando em veterinária e já demonstrou interesse em ajudar a melhorar a criação, enquanto o filho cuida da parte agrícola da propriedade. Irene compartilha os planos para o futuro da propriedade, dizendo: “Queremos passar esse legado para eles e evitar que a propriedade se perca, como acontece com muitas pequenas propriedades". Com a esperança de ver a família continuar a tradição e inovar no campo, o casal segue trabalhando para garantir a sustentabilidade da propriedade e o crescimento do negócio familiar.
Fonte: Costa Oeste News