Nem sempre há justiça no futebol, mas o Atlético Nacional provou que ela existe em certos momentos. Num roteiro escrito a partir de uma fase de grupos quase perfeita, os colombianos entraram para a história no Atanasio Girardot, em Medellín, lotado. Com gol do iluminado Miguel Borja, algoz do São Paulo na semifinal, a equipe do treinador Ricardo Rueda espantou o qualificado Independiente del Valle e carimbou o passaporte para o Mundial de Clubes. A América dorme verde e branca, cores do envolvente futebol do Atlético Nacional.
Incorporado ao grupo na semifinal, Miguel Borja precisou de quatro jogos para se tornar ídolo de uma torcida apaixonada. E o ato final veio no primeiro tempo da decisão, na Colômbia. Logo aos 17 segundos de bola rolando, o atacante recebeu de Guerra, ganhou de Mina, mas mandou pelo alto a chance de colocar o Atlético Nacional em vantagem. Não faria falta. Aos oito minutos, o artilheiro aproveitou sobra na grande área e fuzilou para explodir o estádio.
O Del Valle respondeu no primeiro lance da etapa complementar. Uchuari, vindo do banco, foi derrubado na área, mas o contato foi ignorado pelo árbitro Néstor Pitana. Após o susto, o Nacional fez questão de não mais ser incomodado pelos equatorianos. Deu aula de como trocar passes e ficar com a posse de bola. Por pouco não ampliou - Marlos Moreno e Borja perderam boas ocasiões. Os quatro minutos de acréscimos, que poderiam significar quatro minutos de pressão dos visitantes, foram controlados pelos colombianos, novos donos da América.
Antes do dia 6 de julho, Miguel Borja era apenas mais um atacante do futebol da Colômbia. Até então, defendia o modesto Cortuluá. Chegou a ser oferecido a clubes brasileiros - entre eles, o São Paulo -, mas acertou com o Atlético Nacional. Quis o destino que virasse algoz justamente do Tricolor paulista - marcou os quatro dos colombianos na semifinal. Na final, fez brilhar novamente a estrela com o gol decisivo. Resumo do mês de julho: quatro jogos, cinco gols, idolatria e um dos destaques do título.
Além da festa pelo segundo título da Libertadores na história, o Atlético Nacional carimba o passaporte para o Japão. No Mundial de Clubes o desafio pode ser mais complicado. Os campeões, caso cheguem à decisão, podem encarar o Real Madrid, classificado após conquista da Liga dos Campeões.
Fonte: Globo Esporte