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Rádio Costa Oeste
A safra de soja 24/25 no oeste do Paraná está na reta final, e o cenário é desafiador. Apesar de ser uma das principais culturas do Brasil, com ampla utilidade na produção de alimentos, ração animal e biodiesel, a colheita deste ano foi marcada por condições climáticas adversas e custos de produção elevados. Secas prolongadas e temperaturas extremas trouxeram impactos significativos, resultando em quebras de produtividade em diversas áreas.
A região, que é uma das mais importantes no agronegócio brasileiro, vive uma safra de contrastes. Enquanto alguns produtores conseguiram bons resultados, outros amargaram perdas significativas. Além disso, os preços da soja não acompanharam a alta dos custos de produção, pressionando ainda mais os agricultores.
Seca e calor desafiam produtores em Itaipulândia
Em Itaipulândia, o produtor Valdir Dalosto explica como o clima afetou a produtividade de sua lavoura e relata as dificuldades enfrentadas ao longo do ciclo.
"Bom, a colheita do soja aqui em Itaipulândia deve estar nos 70% colhidos. Foi um ano muito desafiador, porque tivemos seca logo no estágio vegetativo, o que prejudicou o desenvolvimento da planta. Apesar disso, a produção variou entre 60 e 180 sacas por alqueire, e deve fechar com uma média de 120 sacas. Mas os custos são altos, e o preço não acompanha, o que complica para o agricultor", comenta Dalosto, destacando ainda que os problemas climáticos foram sentidos em toda a região, desde o Mato Grosso até o Rio Grande do Sul.
Variações de produtividade em São Miguel do Iguaçu
Em São Miguel do Iguaçu, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Evandro Ghellere, aponta que a irregularidade das chuvas foi determinante para as diferenças de produtividade entre áreas do município.
"A colheita está chegando ao final. Tivemos produtores com até 210 sacas por alqueire, mas em algumas regiões, a produção ficou em 100 sacas. A falta de chuva na fase crítica do enchimento de grãos foi o grande problema", afirma Ghellere.
Irregularidade nas produtividades impacta cooperativas
A cooperativa LAR, que acompanha a safra em várias regiões do oeste do Paraná, também sentiu os reflexos das condições climáticas. O gerente Adilson Brambatti explica que, apesar dos investimentos dos agricultores, a produtividade foi prejudicada em algumas áreas devido à falta de chuvas e ao calor excessivo.
"As produtividades têm sido irregulares na região, variando entre 40 e 80 sacas por hectare. O produtor fez a parte dele, mas a falta de chuva e o calor excessivo impactaram negativamente as lavouras", explica Brambatti.
Plantio do milho safrinha exige atenção redobrada
Paralelamente à colheita da soja, os produtores iniciam o plantio do milho safrinha. No entanto, o agrônomo Max Sander, do Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR), alerta para os cuidados necessários neste momento.
"Com as temperaturas acima de 35 graus e pancadas de chuva localizadas, o milho pode germinar e depois morrer devido ao calor. Outro cuidado importante é evitar o plantio isolado, pois isso facilita a propagação da cigarrinha, que transmite doenças como o enfezamento causado por fitoplasmas", ressalta Sander.
Força e resiliência no campo
Mesmo diante de tantos desafios, os agricultores do oeste do Paraná seguem firmes, mostrando resiliência e adaptabilidade. A soja continua sendo um dos pilares do agronegócio brasileiro, essencial para a economia nacional e mundial. Além disso, o comprometimento dos produtores garante que o setor continue avançando, mesmo em anos complicados como este.
Fonte: Costa Oeste News