Subiu para 76 o número de bois que morreram por falta de alimentação em uma fazenda em Altônia, no noroeste do Paraná. Na quinta-feira (25), a Polícia Ambiental encontrou mais 26 cabeças de gado mortas no local. No dia anterior foram 50. No entanto, a quantidade pode ser ainda maior, pois durante a fiscalização os policiais descobriram mais oito valetas que foram utilizadas para enterrar animais mortos. O proprietário da fazenda não foi preso.
???Entre o primeiro e o segundo dia de fiscalização, os funcionários da propriedade, mesmo proibidos de mexer na área, abriram buracos com uma pá carregadeira e enterraram vários animais. Nós descobrimos porque a pata de um dos bois ficou descoberta???, detalhou o sargento Fábio de Oliveira. A Polícia Ambiental não contou a quantidade de animais enterrados.
A Polícia Ambiental chegou até o local após uma denúncia anônima. Além dos bois mortos, pelo menos outros mil bovinos estavam magros, alguns agonizando. De acordo com o sargento Oliveira, a falta de planejamento do administrador fez com que os animais ficassem sem pasto.
???Não foi feito um manejo do pasto. Essas fazendas precisam de um tipo de pastagem específica para pecuária e cuidados para evitar que a vegetação rasteira invada a área. No caso dessa fazenda, a vegetação rasteira tomou conta de toda a propriedade matando o pasto completamente???, explica o sargento. A fazenda tem 250 alqueires. ???No início do inverno o proprietário deveria ter vendido parte desse gado para evitar ainda mais problemas, mas não o fez???, acrescentou o sargento da Polícia Ambiental.
O dono da propriedade não foi localizado pela Polícia Ambiental. Ele deve responder pelos crimes de maus tratos a animais e por danos em área de preservação permanente. A suspeita é de que o solo e a água tenham sido contaminados após a morte desses animais.
???No segundo dia de fiscalização verificamos que alguns desses animais estavam enterrados em uma nascente de água e algumas cabeças estavam caídas sobre um riacho. Agora, o IAP [Instituto Ambiental do Paraná] deve verificar se houve contaminação ou não???, conclui o sargento Fábio de Oliveira.
O caso será encaminhado ao Ministério Público do Paraná (MP-PR).
Fonte: G1