O Governo do Paraná informou nesta terça-feira (30) que avalia chamar 300 professores e fazer concursos para agentes da Educação. Estas definições foram tratadas na reunião entre o governo estadual e a direção do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP- Sindicato).
O encontro ocorreu no fim desta manhã. Também pela manhã, os professores da rede estadual de ensino realizaram uma manifestação na Praça Santos Andrade e uma passeata até o Centro Cívico de Curitiba para lembrar o dia 30 de agosto de 1988. Naquele dia, a Polícia Militar (PM) do Paraná usou cavalos, cães e bombas de efeito moral para dispersar docentes em greve que protestavam na Praça Nossa Senhora da Salete.
De acordo com a APP- Sindicato, sete mil pessoas participaram do ato. Já a PM informou que eram 5,5 mil manifestantes. A mobilização recebeu o nome de "Dia de Luto e de Luta". Há 28 anos, o governador do estado era o senador Alvaro Dias (PV).
Os 300 professores que podem ser chamados são remanescentes do concurso público de 2013, segundo o governo estadual. Os concursos públicos seriam para contratação de funcionários de escolas, como merendeiras, zeladores e profissionais da área administrativa.
A reunião foi realizada no Palácio Iguaçu, sede do governo estadual, com a presença do chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni; da secretária de Educação, a professora Ana Seres; do presidente da APP-Sindicato, Hermes Leão; e do deputado Professor Lemos (PT).
Conforme o governo estadual, a abertura dos concursos já foi solicitada pela Secretaria da Educação. A Comissão de Política Salarial do Estado vai definir tanto a possibilidade da convocação de novos professores como a questão dos concursos. Esta comissão é responsável pela deliberação de medidas que podem provocar impactos na despesa do governo com pessoal.
O governo estadual ainda firmou outros compromissos com a categoria ??? avaliar a possibilidade do pagamento de uma complementação para o vale-transporte de funcionários da Educação e estudar a equiparação dos vencimentos de oito mil servidores da rede estadual de ensino ao salário mínimo regional.
Na reunião, Rossoni reafirmou que o governo se programa para quitar promoções e progressões em atraso a partir do início de 2017.
O chefe da Casa Civil disse que o registro ou não de falta ao trabalho nesta terça, por causa do protesto, será decido pela Comissão de Política Salarial do Estado. Quanto a isso, existem duas possibilidades: ou o desconto do dia ou a reposição.
Um levantamento da Secretaria da Educação apontou que 85% das escolas da rede estadual funcionaram normal ou parcialmente nesta terça-feira.
Durante a manifestação os professores também protestaram contra o governador do Paraná Beto Richa (PSDB), pedindo o pagamentos das progressões e promoções de carreira que estão atrasadas. O presidente da APP-Sindicato mencionou o dia 29 de abril, quando a Praça Nossa Senhora da Salete novamente virou cenário de ação violenta contra professores em greve.
Houve ainda manifestações contrárias ao presidente em exercício Michel Temer (PMDB).
De acordo com a APP-Sindicato, atualmente, cerca de 8.300 funcionários e agentes recebem salários abaixo do piso mínimo regional ??? R$ 117 a menos em cada vencimento. A categoria lembra que a lei estadual prevê que nenhum servidor público receba abaixo do estabelecido no salário mínimo regional. A APP-Sindicato também cobrou do governo reajuste do auxílio transporte para estes trabalhadores.
Outro assunto discutido foi a falta do dia 29 de abril, que não deve ser retirada, segundo o relato da categoria após o encontro. Entretanto, um projeto de lei que tramita na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) visa abonar a falta desta data.
Uma nova reunião entre o governo e a APP-Sindicato está marcada para o dia 14 de setembro para debater as finanças públicas estaduais e as saídas para os impasses.
Fonte: G1