A Portuguesa está perto de chegar ao momento mais triste da sua história. Em péssima situação no Campeonato Brasileiro da Série C, o time até fez uma boa partida no primeiro tempo contra o Boa Esporte, mas caiu muito fisicamente na etapa final e, dominada pela equipe mineira, saiu derrotada por 2 a 0, ouvindo muitas vaias dos 1.129 presentes ao local. Os gols dos visitantes foram marcados pelos meias Daniel Cruz e Tchô, ambos nos últimos 15 minutos de jogo.
Com o resultado, somado à vitória do Macaé por 3 a 0 sobre o Guaratinguetá, a Lusa está a quatro pontos do time fluminense, primeiro fora da zona de rebaixamento à quarta divisão nacional. Com 11 pontos conquistados, o clube do Canindé precisa vencer seus dois últimos jogos e torcer para o rival não conquistar nada além de um empate em seus compromissos restantes.
Na próxima rodada, a penúltima da primeira fase da competição, os paulistas terão pela frente o Guaratinguetá, também no Canindé, às 18h30 (de Brasília) do domingo, dia 11 de setembro. No mesmo dia, mas às 11h, os mineiros recebem o Ypiranga-RS em Varginha.
Jogo movimentado, placar zerado
O primeiro tempo da partida foi bastante movimentado, com chances de gol para os dois lados, mesmo com a baixa qualidade técnica das equipes. Todos eles se iniciaram em lançamentos longos do campo de defesa, com a Lusa sempre buscando a referência de Nunes, ex-Santos André, e Bruno Mineiro, atleta que fez grande campanha com o próprio time do Canindé entre 2012 e 2013. O primeiro lance saiu com o lateral rubro-verde, Douglas Oliveira, que pegou sobra de bola dentro da área e chutou para fora.
Mais bem posicionado em campo, o Boa aproveitava-se dos espaços deixados pelos laterais anfitriões e criava as suas chegadas sempre pelos pés do habilidoso meia canhoto Fellipe Mateus. Na sua primeira oportunidade, aos 13, ele entrou driblando na zaga da Lusa e, já dentro da área, chutou forte com a perna esquerda, mas mandou para fora.
Mantendo o ritmo forte, a Lusa ameaçou cinco minutos depois. Em escanteio pelo lado direito, Nunes dividiu com a zaga e viu a bola sobrar para ele próprio. O centroavante tentou novamente de cabeça, mas mandou fraco, fácil para Daniel. Na resposta, logo no contra-ataque, Ricardinho, livre na pequena área, não conseguiu cabecear em cheio um cruzamento de Tchô.
Antes do intervalo, os times tiveram tempo de construir suas melhores chances. Aos 43, Bruno Mineiro ganhou jogada pela direita, passou pela defesa e tocou para João Henrique, na entrada da área. O armador abriu bola para o lateral esquerdo Bruno Xavier, que chutou cruzado, rasteiro. A bola passou pelo goleiro, mas explodiu na trave do Boa Esporte. Já aos 48, os visitante viram Carlos Renato receber passe dentro da área, rente à linha lateral dela, e cruzar rasteiro. Fellipe Mateus, sem marcação, tentou colocar para dentro de carrinho, mas não alcançou a redonda.
Boa cresce e domina a etapa final
Após um primeiro tempo equilibrado, os mineiros resolveram mostrar porque estão tão à frente da Lusa na classificação geral. Logo aos três minutos de bola rolando, o armador Tchô aproveitou bola desviada por Ricardinho e saiu cara a cara com Pegorari. O meia chutou firme no canto esquerdo e viu Pegorari praticar bela defesa, jogando para escanteio. Na cobrança, sobra novamente para Tchô, mas Pegorari fez outra boa intervenção.
Aos 14, outra vez Tchô recebeu no comando do ataque, na entrada da área, mas preferiu dar um passe na medida para Ricardinho, que entrou cara a cara com o goleiro. O atacante, porém, tentou o toque para o meio da área e não o chute, parando em corte do zagueiro Augusto.
Dominado, o técnico da Lusa, Márcio Ribeiro, resolveu sacar de campo o atacante Bruno Mineiro, até então o melhor da equipe da casa, para a entrada do meia Júnior Timbó. A Portuguesa, que já tinha muitas dificuldades para criar, virou refém do tempo, único fator possível para evitar uma derrota. Mas ele não passou no ritmo que os anfitriões queriam, dando tempo para, aos 31 minutos, Daniel Cruz se atrapalhar todo na área e, ao tentar cruzamento, encobrir Pegorari, abrindo o placar.
No desespero, o comandante lusitano mandou a campo os atacantes Michel e Gileard, esse um estreante, apresentado nesta semana após destacar-se na equipe do Maranhão. A saída de um zagueiro, porém, só desmontou mais a equipe, culminando em um pênalti claro sofrido por Genesis, aos 43 minutos. Tchô precisou bater duas vezes, ambas com paradinha, para deslocar Pegorari e selar o triunfo mineiro.
Fonte: Gazeta Esportiva