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Rádio Costa Oeste
Foi realizada na tarde desta terça-feira (13), em São Paulo,
mais uma rodada de negociação do movimento sindical bancário com a Fenaban
(Federação Nacional dos Bancos). Mas não houve avanço e nova reunião de
negociação foi agendada para esta quinta-feira (15), a partir das 16h. O
presidente da Federação dos Bancários do Paraná e do Sindicato de Cascavel e
Região, Gladir Basso, está participando de todas as rodadas.
A entidade patronal abriu o encontro de ontem falando que
gostaria de apontar caminhos em conjunto para construção de uma proposta com
formato melhor. O dirigentes bancários procuraram deixar claro que o início de
um consenso parte da contemplação integral da inflação e de uma discussão
madura do "ganho real", do qual a classe não abre mão.
Sobre o polêmico tema "abono" proposto pela
Fenaban no valor de R$ 3,3 mil os representantes bancários disseram que o mesmo
sequer consta da minuta de reivindicações, e que abonos somente
"mascaram" diferenças de índice, os quais nunca mais são repostos.
Na oportunidade também foram veementemente criticadas as
cartas enviadas aos bancários onde a Fenaban, menosprezando a inteligência dos
bancários, tentou induzir uma interpretação errada da última proposta
apresentada, a qual traria enormes perdas à categoria.
Durante a negociação, Gladir Basso colocou com muita clareza
que os bancários jamais pediram e sequer cogitaram abono nas negociações
coletivas, que a reposição da inflação para os bancários é item tácito, o qual
não requer nem discussão, e que a discussão deveria ser apenas sobre o índice
de ganho real vinculado aos lucros dos bancos. ???Isso sim agilizaria as
tratativas, afinal, não é o tempo de greve que leva a um acordo, mas sim a
efetiva diminuição das distâncias entre reivindicado e o proposto pelos
bancos???, acrescentou Gladir.
Ele também apresentou aos banqueiros um estudo realizado
pela Federação dos Bancários do Paraná, mostrando as categorias que conquistaram
índices de reajuste acima da inflação, muitas delas sem a necessidade de greve.
Após um longo período de suspensão, na tarde de ontem, a
negociação foi retomada. A Fenaban, no retorno à mesa, argumentou que manterá o
modelo atualmente proposto, pois considera que com previsão de queda da
inflação e o cenário atual do País, este é o único modelo apropriado para o
momento. Entretanto, para os representantes dos bancários esse modelo não é bom
para o bancário e os argumentos de "cenário de crise" definitivamente
não cabe num setor de lucros tão grandes quanto os bancos.
Gladir Basso, no encerramento da negociação de ontem, disse
na mesa que a retomada da negociação nesta quinta-feira terá que ser com foco
na essência da reivindicação da classe, que é o INPC dos últimos doze meses
mais 5% de aumento real. Gladir também deixou claro que a campanha salarial dos
bancários não será tratada numa eventual "greve geral" que venha a
acontecer.
Fonte: Alex Moreno/Assessoria