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Rádio Costa Oeste
A Justiça Eleitoral indeferiu 2.329 candidaturas a prefeito,
vice-prefeito e vereador em 2016 com base na Lei da Ficha Limpa. Esse
percentual representa 0,5% das 496 mil candidaturas registradas no TSE
(Tribunal Superior Eleitoral).
Os dados constam no sistema de candidaturas do TSE no dia 14
de setembro.
Das candidaturas barradas, 1.028 estão completamente fora da
disputa por serem consideradas inaptas, enquanto outras 1.301 seguem no páreo
por meio de recursos.
O Tribunal Superior Eleitoral divide em duas categorias os
indeferimentos: os aptos com recurso e os inaptos. Os aptos continuam na
disputa, e seus nomes aparecem normalmente nas urnas. Caso os recursos não
prosperem, e as candidaturas sejam realmente barradas, os votos deles serão
considerados nulos.
Entre os aptos, 279 são candidatos a prefeito e 120, a vice.
Entre os inaptos, 125 são a prefeito e 78 a vice. Ou seja, ao todo, 17% dos
candidatos barrados buscam o cargo máximo da eleição municipal.
O número ainda vai mudar à medida que os tribunais regionais
eleitorais julguem os casos. Além disso, o TSE analisará os recursos, tanto dos
candidatos --quando indeferidos--, quanto dos adversários, no caso de negativa
do indeferimento dos TREs.
Em 2012, foram barrados 317 prefeitos com a ficha suja.
Entre os partidos, PMN e PMDB são, percentualmente, os dois
com mais candidatos fichas-sujas, mais de 0,6% do total de postulantes. Rede e
PSOL, do outro lado, são os que tem menos indeferidos: apresentam o percentual
de 0,2%. PSTU, PCO, PCB e Novo não tiveram candidatos indeferidos.
Para saber se o seu candidato é ficha suja, basta acessar o
sistema de candidaturas do TSE. A consulta é feita ao selecionar a região, o
Estado e, em seguida, o município do candidato. O internauta saberá, então, se
a candidatura está apta, indeferida com recurso, inapta, ou se o político
renunciou.
Análise
Segundo o idealizador da Lei Ficha Limpa, o advogado
eleitoral Márlon Reis, o número de candidaturas barradas vem crescendo eleição
após eleição, o que, para ele, é bom para a lisura do processo. Segundo Reis, a
PGR (Procuradoria Geral da República) contabilizou cerca de 900 fichas-sujas em
2012.
"[Isso] significa que a eficiência da aplicação da Lei
da Ficha Limpa está aumentando. Se o STF não houvesse autorizado a candidatura
de pessoas com contas rejeitadas pelos tribunais de contas, o número seria
ainda maior", afirma.
A decisão do STF a que Reis se refere só considera um
político ficha-suja se as suas contas também forem reprovadas pela Câmara
municipal.
Para Reis, a tendência é que a lei atinja mais prefeitos do
que vices e vereadores. "Isso ocorre especialmente porque envolve
ex-mandatários que trazem pendências de gestões anteriores", disse.
Fonte: Alex Moreno/UOL