A tragédia aérea com o avião que levava a delegação da Chapecoense nesta madrugada de terça-feira no voo para Medellín para a final da Copa Sul-Americana é uma triste história já repetida diversas vezes com clubes de futebol. Houve várias perdas em acidentes aéreos. Devastações de clubes como Manchester United, Torino, Alianza de Lima e as seleções de Zâmbia e Dinamarca foram algumas das mais chocantes.
Manchester United
O Manchester United que encantava o mundo nos anos 1950 foi devastado pelo acidente aéreo de 6 de fevereiro de 1958. Após a partida da equipe inglesa contra o Estrela Vermelha de Belgrado, pelas quartas de final da Liga dos Campeões da Uefa, o voo BE609 da British Airways que regressava para a Inglaterra acabou abatido por uma tempestade de neve quando tentava decolar pela terceira vez do Aeroporto de Munique.
Houve 23 mortos na delegação, entre eles oito jogadores, como o craque do English Team Duncan Edwards. Morreram também Roger Byrne, Mike Jones, Eddie Colman, Tommy Taylor, Lian Whelan, David Pegg e Geoff Bent. Mas houve sete sobreviventes, entre eles o maior jogador da história do futebol inglês, Sir Bobby Charlton, que oito anos depois ajudaria o English Team a conquistar sua única Copa do Mundo.
Torino
Quase nove anos antes, no entanto, aconteceu também a tragédia de Superga, com o brilhante time do Torino, tetracampeão italiano. O desastre ocorreu no dia 4 de maio de 1949. O avião que retornava com a delegação de uma partida em Lisboa contra o Benfica, prejudicado por um forte nevoeiro, chocou-se com o campanário da conhecida Basílica de Superga em Turim. Todos os 42 integrantes morreram na hora, incluindo o elenco da equipe italiana.
A tragédia abalou toda a Itália. O Torino era o maior time da época, chamado de Grande Torino. Cerca de 500 mil pessoas acompanharam os funerais. O time partia para o quinto scudetto consecutivo e teve de recorrer a juvenis para disputar o campeonato até o fim. O detalhe é que os outros clubes, em solidariedade, fizeram o mesmo, e com isso o pentacampeonato foi conquistado.
Mas o clube jamais foi o mesmo depois dessa imensa perda. A seleção italiana que disputaria a Copa de 1950, no Brasil, também sofreu duro golpe ao perder seus principais jogadores e sequer passou da primeira fase. Traumatizada com a tragédia, veio para a Copa no Brasil de navio.
Alianza de Lima
Nos anos 1980, o desastre nos ares chegou à América do Sul. No dia 7 de dezembro de 1987, caiu no mar o Fokker F27 de propriedade da Marinha peruana que levava o Alianza de Lima para Pucalipa para enfrentar o Deportivo pelo Campeonato Peruano - no qual era líder.
Todos os jogadores do elenco e a comissão técnica morreram na hora, além de oito líderes de torcida, do árbitro Miguel Piña e dois oficiais da Marinha. Apenas o piloto Edilberto Villar Molina sobreviveu.
O clube foi obrigado a recrutar jogadores da base e aposentados como o craque Teófilo Cubillas. Mas acabou perdendo o campeonato.
Seleções de Zâmbia e Dinamarca
Houve seleções também vitimadas no ar. No dia 27 de abril de 1993, um avião da Força Aérea de Zâmbia que se dirigia para o Senegal caiu no mar pouco depois de ter sido abastecido no Gabão. No acidente morreram todos os 30 ocupantes do voo, que eram da delegação de Zâmbia. Havia 17 jogadores e 13 integrantes da comissão técnica.
A seleção de futebol da Dinamarca também teve vítimas no acidente aéreo em 16 de julho de 1960 logo após a decolagem do aeroporto de Kastrup, em Copenhague. Oito jogadores morreram.
Fonte: Globo Esporte